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"Loucura é fazer as mesmas coisas todos os dias e esperar que seja diferente!"

Terapia -Porque fazer?

Terapia -Porque fazer?

Psicoterapia: Animação mostra a relação Psicologo e Paciente

TRANSTORNO BIPOLAR, as duas faces do humor


 

                            
Você está feliz da vida, tudo está maravilhoso, não poderia ser melhor. Levanta da cama de manhã de bem com a vida.  Dá bom dia aos pássaros, ao sol, a vida. Tudo está em perfeita sintonia. Sua alegria e bom humor irradiam todos a sua volta. Derrepente o vento muda de lado, o céu começa a se esconder por entre as nuvens e aquele dia claro e tranqüilo é tomado por uma tempestade. O bom humor e alegria de viver se transformam em tristeza, depressão e irritabilidade. Isso acontece de uma hora para outra, nem você consegue entender. Aquela mesma pessoa para qual deu um sorriso há algumas horas, agora é seu inimigo. Se você faz parte dessa turma ou convive com alguém com essas características, fique atento aos sintomas, pode ser Distúrbio Bipolar de Humor

O distúrbio bipolar caracteriza-se pela ocorrência de episódios de “mania” (caracterizados por exaltação do humor, euforia, hiperatividade, loquacidade exagerada, diminuição da necessidade de sono, exacerbação da sexualidade e comprometimento da crítica) comumente alternados com períodos de depressão e de normalidade.
Apesar do distúrbio bipolar ou transtorno bipolar do humor nem sempre ser facilmente identificado, existe evidências de que fatores genéticos possam influenciar o aparecimento da doença. Não devemos confundir distúrbio bipolar com as alterações de humor motivadas por dificuldades cotidianas estressantes, pois estas são momentâneas e tendem a desaparecer quando as dificuldades são resolvidas. A mudança do comportamento de euforia para depressão ou vice-versa é súbita, mas o indivíduo não percebe esta alteração ou a atribui a algum fator do momento, pois o senso crítico e a capacidade de avaliação objetiva das situações ficam prejudicadas ou ausentes.
Fase de manía
A fase maníaca leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado pode durar meses. Essa fase caracteriza também pela aceleração do pensamento, sensação de que os pensamentos fluem mais rapidamente, distração e incapacidade em dirigir a atividade para metas definidas (embora haja aumento da atividade, a pessoa não consegue ordenar as ações para alcançar objetivos precisos). O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva.
Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação da auto-estima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades únicas como telepáticas, por exemplo. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono. O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as idéias correm rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma idéia não concluída em outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-idéias.
O paciente apresenta uma elevação da percepção de estímulos externos levando-o a distrair-se constantemente com pequenos ou insignificantes acontecimentos alheios à conversa em andamento. Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua própria condição patológica, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou insuportável.
Pode ocorrer também um estado de humor elevado e expansivo, eufórico, mas de forma mais suave, chamado de hipomania. Um episódio hipomaníaco, ao contrário da mania, não é suficientemente grave para causar prejuízo no trabalho ou nas relações sociais, nem para exigir a hospitalização da pessoa.

Fase Depressiva

A fase depressiva é de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a auto-estima em baixa com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois a sensação de cansaço é constante. As idéias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na realização daquilo que antes era agradável. 
Nessa fase o paciente fica com sentimentos irrealistas de tristeza, desespero e auto-estima baixa, Cansa-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades habituais, também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a permanecer na cama por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior parte do dia para os deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente. Apresenta dificuldade em concentra-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos, lentificados, faltam idéias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas. Da mesma forma a memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam ser negativos, sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda significativa de peso.

Nem sempre os sintomas maníacos ou depressivos são bem claros. Até quem convive com um bipolar sente dificuldades em distinguir uma aflição comum de uma depressão, ou uma alegria de uma euforia. A natureza e duração dos episódios variam muito de uma pessoa para outra, tanto em intensidade quanto em duração. Entre os episódios, é comum que passe por períodos de normalidade.

Formas mistas da doença

Uma outra forma de apresentação da doença bipolar do humor é a ocorrência de episódios mistos, quando em um mesmo dia haveria a alternância entre depressão e mania. Em poucas horas a pessoa pode chorar, ficar triste, sentindo-se sem valor e sem esperança, e no momento seguinte estar eufórica, sentindo-se capaz de tudo, ou irritada, falante e agressiva.
Existe também o transtorno ciclotímico, ou apenas ciclotimia, em que haveria uma alteração crônica e flutuante do humor, marcada por numerosos períodos com sintomas maníacos e numerosos períodos com sintomas depressivos, que se alternariam. Tais sintomas depressivos e maníacos não seriam suficientemente graves nem ocorreriam em quantidade suficiente para se ter certeza de se tratar de depressão e de mania, respectivamente. Seria, portanto, facilmente confundida com o jeito de ser da pessoa, marcada por instabilidade do humor.
Ainda que os episódios de mania e depressão venham e vão naturalmente, é importante compreender-se que o transtorno bipolar é uma doença prolongada que não tem cura no momento atual. Permanecer em tratamento, mesmo durante os períodos em que se está bem, pode ajudar a manter a doença sob controle e reduzir a chance de ter episódios recorrentes e cada vez mais graves.
por Patrícia Rosa





Fonte :  http://revistacorpore.com.br/materias/medicina/psiquiatria/duas-faces-qual-das-duas-e-voce





Estados de euforia alternados por momentos de tristeza, depressão. Falta de controle das emoções. Assim é a bipolaridade, um transtorno que afeta tanto o paciente quanto as pessoas que o cercam, interferido na vida pessoal e profissional.





Cansados de sofrer com a agitação excessiva e o humor instável do filho de seis anos, os pais resolveram procurar ajuda profissional. Depois de uma avaliação psiquiátrica, o parecer psicológico trouxe surpresa:
“Pelos dados de história, a mãe sempre foi impulsiva, explosiva, humor instável, com características que sugerem um temperamento ciclotímico, que pode ter sido herdado pelo menino”. E continua, “A história clínica sugere um humor bipolar (menor) e ansiedade de separação com somatizações”.

Assim, além da hiperatividade, tanto o menino quanto a mãe apresentavam transtorno bipolar.
“Às vezes ele estava brincando e, de repente, ficava triste, começava a chorar, do nada”, relata a mãe, L.R.*. Agora, com 35 anos, ela diz que sempre foi agitada, teve humor instável, mas não sabia do transtorno. “Apesar de ter sintomas, eu achava que era normal e tive que aprender a conviver com estas emoções. Hoje consigo controlar um pouco estes sentimentos, ao menos, de forma que não chega a me atrapalhar no convívio social” comenta a mãe. Com relação ao filho, ela lembra que: “Coisas que achávamos que eram só mal-criações, na verdade, eram sintomas da bipolaridade”, conta.



(Na bipolaridade o indivíduo perde o controle do humor podendo ficar ora eufórico e... / FOTO DIVULGAÇÃO)
Apesar de menos comum, a exemplo desses casos, a bipolaridade pode se manifestar ainda na infância. Porém, de acordo com o psiquiatra, Dr. Cláudio Joaquim Paiva Wagner: “O final da adolescência e início da vida adulta é a fase da vida em que mais ocorre a primeira manifestação da doença”, esclarece.

Depois de cerca de três meses de acompanhamento psicológico e psiquiátrico, mãe e filho estão sendo medicados e apresentam melhora. “Ele ainda está tomando remédio só para a hiperatividade, mas já sinto que está bem mais calmo, inclusive na escola”, comenta a mãe. “Eu tenho sentido uma melhora gradual, menor que a dele, mas está mais fácil de trabalhar, me sinto menos agitada”, explica L. R.

Esse caso não é exceção. Conforme o médico, filhos de pais bipolares têm mais chance de apresentar o transtorno. Ainda segundo ele, isso se dá por razões genéticas e não por observação de comportamento.

“Na bipolaridade o indivíduo perde o controle do seu humor, ora apresentando um humor rebaixado, que é chamado de deprimido, ora apresentando um humor elevado que é chamado de maníaco ou hipomaníaco”

Ele reforça a existência de um forte componente genético e neuroquímico na gênese do transtorno. “Os fatores ambientais podem precipitar o aparecimento de uma crise e também podem prejudicar o tratamento dependendo da forma como a família realiza o manejo do paciente”, sugere Wagner. O que é confirmado por mais um trecho do parecer que diz que ao quadro: “Soma-se dificuldades dos pais para manejar o comportamento inadequado do menino e dar a continência necessária”.

A doença
Bipolaridade é uma forma de chamar um Transtorno Mental que afeta basicamente o humor das pessoas, conhecido por Transtorno do Humor Bipolar. “Ele é chamado de bipolar porque se apresenta dois polos do humor alternados pelo paciente”, esclarece o médico. Ele explica ainda que por humor, entende-se que é o conteúdo emocional mais constante de um indivíduo. Chama-se o humor normal de humor eutímico que é quando a pessoa tem controle sobre o seu estado de humor. “Na bipolaridade o indivíduo perde o controle do seu humor, ora apresentando um humor rebaixado, que é chamado de deprimido, ora apresentando um humor elevado que é chamado de maníaco ou hipomaníaco”, acrescenta o psiquiatra.

Apesar de não ser uma doença nova, o transtorno tem sido mais abordado pelos meios de comunicação nos últimos tempos, em especial depois que artistas disseram sofrer com a bipolaridade. Porém, de acordo com o médico, a doença é conhecida há mais de cem anos, mas antes era chamada de Psicose Maníaco-Depressiva (PMD). “O nome mudou para Transtorno do Humor Bipolar entre outros motivos porque nem todos os pacientes acometidos pela doença apresentavam psicose, que é a perda da noção da realidade caracterizada pela presença de delírios (falsas crenças) e alucinações”, explica o médico. Ainda segundo ele, a doença atinge cerca de 1% da população e afeta diretamente a vida do indivíduo porque ele perde o controle sobre o seu humor, ocasionando prejuízo funcional em várias áreas da vida da pessoa como a profissional, social, familiar e ocupacional.

Sintomas
Os sintomas da doença dependem da fase que o indivíduo é diagnosticado. Se ele for diagnosticado numa fase depressiva, ele vai apresentar o humor deprimido ou irritável que representa uma alteração em relação ao seu humor anterior e ainda ele vai apresentar anedonia, que é a falta de prazer nas atividades habituais, diminuição de energia, cansaço, desânimo, alterações do sono e do apetite, pensamentos de culpa e desvalia e ideação suicida por mais de duas semanas de sintomas todos os dias, na maior parte do dia referido pelo indivíduo ou observado por outros.

Na fase de mania ele vai apresentar o humor elevado ou eufórico, aumento de energia, verborreia (que é uma fala exagerada), hiperatividade, diminuição da necessidade de sono, ideias de grandeza, envolvimento em atividades que poderão trazer consequências negativas como gastos exagerados ou conduta promíscua. Estes sintomas deverão ocorrer todos os dias na maior parte do dia e deverão durar no mínimo uma semana.

Outra forma de apresentação é de um episódio hipomaníaco que é um grau mais leve de mania onde não há tanto prejuízo social nem existe a presença de sintomas psicóticos. Um episódio do transtorno do humor bipolar também pode ser misto, ou seja, o sujeito pode se apresentar com sintomas depressivos pela manhã e maníacos à noite ou vice-versa ou num dia podem apresentar sintomas depressivos e no outro sintoma maníaco.

Ajuda profissional
Sempre é necessário procurar um médico psiquiatra para realizar o tratamento, pois esta doença necessita de prescrição de medicamentos para controlar o humor, bem como, acompanhamento regular do paciente e orientações para família sobre o manejo mais adequado do paciente.

O tratamento pode e deve ser feito em conjunto com um psiquiatra e um psicólogo desde que os mesmos tenham tido uma boa formação e saibam trabalhar com pacientes bipolares. A melhor forma de tratamento psicológico destes pacientes é com abordagem familiar e de psicoeducação.

O diagnóstico é feito de forma clínica, ou seja, através da história clínica do paciente que é obtido através de uma entrevista com o paciente e seus familiares. Não existem exames para se fazer o diagnóstico.

O tratamento básico do transtorno é medicamentoso visto que o mesmo é causado por alterações neuroquímicas no cérebro e para corrigi-las é necessário o uso de uma classe de medicamentos chamada de estabilizadores de humor onde o Carbonato de Lítio é o mais conhecido deles.
“Caso o transtorno não seja tratado adequadamente, a pessoa pode perder o juízo crítico e pode apresentar ideação suicida com risco grave de suicídio”, alerta o médico.



*As iniciais foram usadas para preservar a identidade.


Fonte:  http://www.diariodamanha.com/noticias.asp?a=view&id=32326 



Depoimento da atriz Cássia Kiss-portadora do Transtorno -bipolar.


Temas no arquivo.

Terapia não é luxo .
Por Soninha Francine
Foram duas conversas parecidas na mesma semana. A primeira, com uma moça no prédio onde moro. Sente dor nas costas há meses, em parte por estar muito acima do peso. Admitiu que come demais por ansiedade. Os médicos receitaram analgésicos e antiinflamatórios, fisioterapia, acupuntura. E terapia. “Ah, na terapia eu não vou! Fazer o que lá?” “Cuidar de você, oras. Com dor de dente, você vai ao dentista. Com sinusite, ao otorrino. A terapia ajuda a cuidar da angústia, ansiedade, insegurança.” Ela decidiu ir à consulta.No outro dia, no gabinete, o estagiário perguntou para uma assessora: “Por que você faz terapia?” Brincando, ela respondeu: “Porque eu sou louca”. Dali a dez minutos, ele perguntou, sério: “Você é louca mesmo?” A moça riu, ele ficou confuso. Contribuí com a discussão: “Ah, eu faço terapia. Eu também sou louca”. Rimos os três.As pessoas entendem “loucura” como algo divertido. Dizem que fulano “é louco” porque é esquentado, coleciona tampas de garrafa, não perde jogo de futebol nem no dia do seu casamento ou porque é muito engraçado. E o que entendem por terapia? Um tratamento para “loucos”. Já que “loucura” pode ser algo trivial, terapia vira sinônimo de luxo ou frescura. Ou é algo que se aplica aos loucos “de verdade” – nesse caso, terapia é para os casos graves, “não para minhas tristezas e aflições”.Eu passei por vários momentos de desespero na vida, mas, só no ano passado, senti que precisava de uma mão para desatar meus nós. Fiquei abismada de ver como alguém pode revelar tanto a meu respeito a partir de informações que eu mesma forneci – isto é, coisas que, em tese, eu já sabia!Não deveria ser tão espantoso. Muita coisa a nosso respeito só nos é revelada quando vemos nossa própria imagem no espelho. E a terapia ajuda a enxergar o que era impossível descortinar sozinha: os motivos mais profundos para a irritação e a tristeza, os padrões estabelecidos, as nossas reações “viciadas”.Nunca tive problemas para falar de minhas fraquezas. Sempre achei importante, por exemplo, falar de depressão. Quando tive a primeira, saber de pessoas que tinham superado uma me ajudou muito.Mesmo assim, fiquei encabulada em assumir que estava fazendo terapia. Minha agenda é acessada por várias pessoas e não tive coragem de escrever o que faria toda quinta de manhã. Anotei apenas “consulta médica”. Que boboca...Agora perdi a vergonha. Terapia não é “luxo” nem eu sou louca “de verdade”. Tenho minhas loucuras como quase todo mundo. Mas não preciso sucumbir aos desgostos da vida mais do que eles merecem. É certo ficar triste com algumas coisas. Não é certo não ser feliz nunca. Para dor de dente, dentista. Para dor da mente, terapia.
Postado por Coluna Diversidade - Nova Gazeta

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