BARRA NO MEIO

"Loucura é fazer as mesmas coisas todos os dias e esperar que seja diferente!"

Terapia -Porque fazer?

Terapia -Porque fazer?

Psicoterapia: Animação mostra a relação Psicologo e Paciente

Você se considera uma pessoa obsessiva ou perfeccionista ?


 



Por: Maria Helena Brito Izzo

Psicóloga e terapeuta familiar



Quando falamos de mania compulsiva, estamos definindo um comportamento caracterizado por alguns exageros que beiram o fanatismo. Tudo o que foge ao normal, evidenciando uma idéia fixa, um desequilíbrio, acusa um distúrbio doentio. A mania compulsiva revela que a pessoa assumiu uma atitude, reforçada através de frustrações não resolvidas, que a impulsionou a fixar-se num único ponto e a viver em função dele. Pode-se dizer, então, que as pessoas com manias compulsivas, idéias fixas, obsessão e fanatismo demonstram claramente que outras áreas de sua vida estão desequilibradas e que elas estão fugindo de seus verdadeiros problemas.

Há manias leves e pesadas. Dizer, por exemplo, que uma pessoa tem mania de limpeza não significa tachá-la de obsessiva. E comum o uso dessa expressão para traduzir o gosto que o outro tem pela limpeza, porque aprecia as coisas ordenadas, limpas, organizadas, dentro da normalidade. A palavra mania, nesse caso, é usada no sentido de gostar de alguma coisa.

Mas há determinadas manias que viram obsessão e compulsão. Nesse caso, a pessoa adquiriu uma doença difícil de ser erradicada. Como não se encontra bem nas outras áreas da vida, descarrega suas tensões na compulsão adquirida, como busca de um perfeccionismo. No afã de compensar-se de uma frustração, por exemplo, entrega-se à mania de limpeza: lava as mãos dezenas de vezes ao dia, evita cumprimentar as pessoas para não se contaminar, lava tudo o que já estava limpo antes de usar etc. Quem se deixa dominar por tal obsessão estraga sua vida e a dos outros, pois se escraviza de tal forma à limpeza ou a outra compulsão qualquer, que não se permite viver nem deixa os outros viverem.

Há outro tipo de mania, talvez mais perigosa: o fanatismo. Não o do torcedor "doente" de um time de futebol, que briga, discute, esbraveja em nome da paixão que nutre por seu time do coração. Dentro do equilíbrio, isso é até um hobby saudável, pois ajuda a descarregar as tensões do dia-a-dia. Mas os fanáticos que extrapolam o equilíbrio são extremamente perigosos.

Aqui podem ser englobados os extremistas e os terroristas. Ao incorporarem uma determinada idéia, fixam-se nela, como certa e única, tornando-se seus escravos. Não percebem quando estão errados, pois acreditam exclusivamente na sua verdade, demonstrando ausência de bom-senso, horizonte limitado e desequilíbrio. Os obsessivos compulsivos ou fanáticos têm um único tipo de reação: a agressividade, pois não podem ser contrariados.

O que está por trás de uma atitude assim? Algumas vezes, a pessoa vive permanentemente numa situação de raiva, revolta, vingança. Em outras, é a explosão de seu gênio, que é ruim mesmo. Infelizmente, há no mundo pessoas voltadas totalmente para o mal, sem se darem conta de que suas vidas são destrutivas. Todos nós temos o lado bom e o ruim, mas a consciência, centralizada no equilíbrio, grita alto dentro de nós, quando estamos errados. O fanático e o obsessivo compulsivo não ouvem essa voz interior. Estão surdos e cegos para tudo o que não diz respeito à sua idéia fixa. Dentre as várias estradas para fugir da vida e não enfrentar a realidade, escolheram, talvez inconscientemente, a obsessão e o fanatismo.

As causas desse tipo de comportamento podem ser neurológicas e emocionais. As neurológicas, provindas do próprio organismo, exigem acompanhamento médico. As emocionais, fruto da carga genética, do temperamento, do estado espiritual e da influência do meio ambiente, pedem ajuda psicológica.

Desde que nasce, o ser humano necessita de um ambiente favorável ao seu desenvolvimento, com doses certas de amor, apoio, compreensão, orientação, estímulo, atendimento, para se desenvolver harmonicamente. À medida que se desenvolve, ele se descobre como gente. Portas que se fecham nesse período da vida - tragédias familiares, falta de atendimento às necessidades básicas - funcionam como um desvio do verdadeiro caminho.

Por isso, o trabalho do psicólogo é procurar as causas de tais reações, que são diferentes de pessoa para pessoa, para ajudar a sanar o problema. Cada caso de mania compulsiva, obsessiva e fanatismo é único, sendo muito difícil generalizar e diagnosticar as causas sem conhecer a história da pessoa que apresenta tais problemas. Quem chegou a esse grau de desequilíbrio não consegue mais sair sozinho dessa situação. Seu estado crônico exige um trabalho mais aprofundado junto a um profissional da área. A pessoa não percebe seu próprio comportamento, e é preciso que alguém capacitado a puxe de volta, para que retome sua caminhada.

Às vezes, o doente não quer ser curado. Fecha-se de tal modo, tem tanto medo da desacomodação e da dor de tocar nessa ferida, que se desvencilha de qualquer ajuda. Nesse caso, é difícil ajudá-lo, pois ele resiste a qualquer intervenção. Semelhante a um autista voltado para si mesmo e para seu mundo, permanece obcecado num determinado aspecto de sua vida. Não vive e não usufrui de seu direito de ser feliz.





O QUE É PERFECCIONISMO


Texto: Valéria Lemos Palazzo Psicóloga 






Você sente que o que você realiza nunca é bom o bastante? Você sente que deve dar mais de 100 por cento em tudo que você faz ou se sentirá medíocre ou “menos”?

"A principal coisa na vida, é não ter medo de ser humano" - Pablo Casals

Se for assim, mais do que simplesmente estar trabalhando para o seu sucesso, você pode estar tentando ser perfeito. O perfeccionismo aparece como um jogo de pensamentos e de comportamentos de auto derrota, visando alcançar objetivos não realistas e excessivamente elevados. O perfeccionismo freqüentemente é visto equivocadamente em nossa sociedade como desejável ou mesmo necessário para o sucesso. Entretanto, os estudos recentes mostraram que as atitudes perfeccionistas interferem realmente com o sucesso. O desejo de ser perfeito pode transmitir a você um sentimento interno de satisfação pessoal. Porem exteriormente ele pode realizar exatamente o oposto, e fazer com que você não consiga certas realizações tanto quanto as pessoas que tem expectativas mais realistas sobre si mesmas.
Causas do Perfeccionismo

Se você for um perfeccionista, é provável que você tenha aprendido cedo na vida que as pessoas sempre a avaliariam pelo quanto você realizaria ou conseguisse. Em conseqüência disso, você pode ter aprendido a avaliar-se somente na base da aprovação das outras pessoas. Assim sua auto-estima pode estar sendo baseada primeiramente em padrões externos. Isto pode deixá-la vulnerável e excessivamente sensível às opiniões e as criticas dos outros. Na tentativa de proteger-se de tal criticismo, você pode decidir que ser perfeito é sua única defesa.

Os seguintes sentimentos, pensamentos, e opiniões negativas podem estar associados ao perfeccionismo:


Medo de errar. Os perfeccionistas freqüentemente associam uma falha em conseguir seus objetivos com uma falta pessoal ou de valor.


Os perfeccionistas comparam freqüentemente erros com falhas. Ao orientar suas vidas em razão de evitar erros, aos perfeccionistas faltam oportunidades de aprender e crescer.


Medo da desaprovação. Se deixarem os outros verem suas falhas, os perfeccionistas temem freqüentemente que não sejam aceitos. Tentar ser perfeito é uma maneira de tentar proteger-se do criticismo, da rejeição, e da desaprovação.


Pensamento definitivo. Os perfeccionistas acreditam freqüentemente que são “sem valor” se suas realizações não forem perfeitas. Os perfeccionistas têm dificuldade de enxergar a situações em perspectiva. Por exemplo: um estudante que receba uma nota “B” ao invés de uma nota “A”, pode acreditar: “Eu falhei” (o que se reflete em : “eu sou uma falha total”)


Super ênfase nos “deveria”. As vidas dos perfeccionistas são estruturadas freqüentemente por uma lista infinita de “deveria”, existem regras rígidas de como suas vidas devem ser conduzidas. Com tal super ênfase nos “deveria”, os perfeccionistas passam a controlar as suas vidas através de regras, ao invés de perceber o que realmente gostam e querem.


Acreditando que outro é facilmente bem sucedido. Os perfeccionistas tendem a perceber que o sucesso dos outros é conseguido com um mínimo do esforço, poucos erros, baixo stress emocional, e máxima autoconfiança. Ao mesmo tempo, vêem seus próprios esforços como ineficazes e inadequados.
O ciclo vicioso do perfeccionismo

As atitudes de Perfeccionista formam um ciclo vicioso. Primeiramente, os perfeccionistas tem certos objetivos irrealizáveis. Em segundo lugar, muito do que poderia já estar concretizado na sua vida, não se concretizam pela atitude critica que tem em relação a si mesmos, e não porque os seus objetivos eram impossíveis ou difíceis de alcançar. A falha em alcançá-los era assim inevitável. Em terceiro lugar, a pressão constante para conseguir a perfeição e a falha crônica inevitável reduz a produtividade e a eficácia. Em quarto, este ciclo conduz os perfeccionistas a serem auto críticos e auto responsáveis (se culpam, se exigem demais) o que resulta em uma baixa auto-estima. Este comportamento também pode conduzir à ansiedade e a depressão. Neste momento os perfeccionistas podem ter um pensamento do tipo: “Se eu me esforçar mais, fizer mais, ou melhor, vou conseguir”. Este pensamento ajusta o ciclo outra vez.

Este ciclo vicioso pode ser ilustrado olhando a maneira com que os perfeccionistas freqüentemente se comportam com relação aos seus relacionamentos interpessoais. Os perfeccionistas tendem a antecipar a desaprovação e rejeição dos outros por medo. Dado tal medo, os perfeccionistas podem reagir de maneira defensiva ao criticismo, e desse modo afastar os outros. Mesmo sem realizá-los, os perfeccionistas podem também aplicar seus padrões irreais elevados aos outros, tornando-se críticos e exigentes com eles. Além disso, os perfeccionistas podem evitar deixar que outros vejam seus erros, não percebendo assim, que demonstrar as suas fraquezas permite que outros os percebam como mais humanos e assim mais “normais” e agradáveis. Afinal tendemos a gostar menos de pessoas "perfeitas", do que daquelas que nos parecem mais próximas a nós. Por causa deste ciclo vicioso os perfeccionistas têm freqüentemente uma dificuldade de se relacionar com as pessoas.E podem até ter em conseqüência disso relacionamentos interpessoais pouco satisfatórios.
Como Mudar

Os comportamentos adequados para a mudança de comportamento são completamente diferentes do processo de auto derrota do perfeccionista.Os comportamentos saudáveis tendem a buscar objetivos baseados nos seus próprios desejos e vontades em primeiro lugar, ao invés de querer corresponder às expectativas externas. Seus objetivos são geralmente apenas uma etapa além do que você já realizou. Ou seja seus objetivos são realistas, internos, e potencialmente atingíveis e capazes de serem mantidos. Os comportamentos saudáveis têm como foco o prazer no processo de perseguir uma tarefa, ao invés de focalizá-la somente nos resultados de finais. Quando experimentam a desaprovação ou a falha, suas reações geralmente estão limitadas às situações específicas ao invés de generalizadas á você como um todo.
Que fazer com o perfeccionismo

A primeira etapa na mudança das atitudes perfeccionistas é perceber que o perfeccionismo é indesejável. A perfeição é uma ilusão inatingível. A etapa seguinte é desafiar os pensamentos e os comportamentos de auto derrota que abastecem o perfeccionismo. Algumas das seguintes estratégias podem ajudar:


Ter objetivos realísticos e possíveis de serem realizados sempre tendo como base as suas próprias vontades e necessidades. E levando em conta tudo o que você já realizou no passado. Isto permitirá que você consiga aumentar a sua auto-estima.


Dê pequenos passos. Pense nos seus objetivos de maneira seqüencial, mas sem rigidez.


Experiêncie os seus padrões para o sucesso. Escolha uma atividade e em vez de apontar para 100 por cento, tente 90 por cento, 80 por cento, ou nivele 60 por cento de sucesso. Isto a ajudara a perceber que o mundo não termina quando você não é perfeito. E que você pode conseguir e alcançar muita coisa que deseja, sem a necessidade de ser 100% perfeita.


Focalize no processo de fazer uma atividade não apenas no resultado de final. Avalie seu sucesso não somente nos termos do que você realizou mas também nos termos de quanto você apreciou a tarefa. Reconheça que pode haver um valor no processo de perseguir um objetivo.


Use seus sentimentos de ansiedade e depressão como oportunidades de perguntar-se: "Eu tenho me colocado expectativas impossíveis para mim mesma nesta situação?"


Confronte os medos que podem estar atrás de seu perfeccionismo se perguntando: "O que mais me dá medo nesta situação ? Qual é a pior coisa que poderia acontecer?"


Reconheça que muitas coisas positivas somente podem ser aprendidas cometendo-se erros. Quando você faz um erro pergunte: "O que eu posso aprender desta experiência?" .Mais especificamente, pense em um erro recente n que você fez e liste todas as coisas você pode aprender com ele.


Evite o pensamento rígido com relação a seus objetivos. Aprenda a discriminar as tarefas que você quer dar uma maior prioridade daquelas tarefas que são menos importantes para você. Com relação às tarefas menos importantes, escolha colocar menos esforço daqui por diante. Uma vez que você tentou estas sugestões, você pode ser capaz de perceber que o perfeccionismo não é uma influencia útil ou necessária na sua vida. Há maneiras alternativas de pensar que são mais benéficas.


Dê uma chance a si mesma e aos outros que estão ao seu lado; chance de descansar, de aproveitar a vida, de se divertir








TIPOS DE PERFECCIONISTAS


Se antes de considerar uma tarefa ou trabalho terminado, você o revisa minuciosamente. A sua obsessão pela perfeição vai obriga-la a ficar dedicada ao trabalho muitas horas a mais que os seus colegas, porem este não é o grande problema. O problema é que jamais você fica satisfeita com o que faz. Sempre, a pessoa perfeccionista pode buscar uma sensação de controle sobre as situações da sua vida, porem se torna "escrava“ dos êxitos e vulnerável a frustração.

A pessoa perfeccionista pode ser definida como aquela que se esforça em melhorar o êxito de seu objetivo seguindo um padrão ideal . Este padrão ideal pode estar presente em todas as áreas da vida da pessoa; abrangendo desde os seus bem pessoais, trabalho, relacionamentos e imagem corporal.Estas pessoas tendem a dar uma importância exagerada a tudo e nunca se sentem satisfeitas. Sempre ficam com a sensação de que poderiam ter feito ainda melhor.

A maioria das vezes conseguem seu objetivo, porém a energia para alcançá-lo são sufocantes. Podem ser detalhistas, meticulosos e caprichosos frente ao que desejam aperfeiçoar.

O problema é que quando alguma coisa fracassa surge à frustração, sentimento que não toleram e que os faz cair numa crise de tristeza, agressividade e culpa.

O perfeccionismo costuma ser definido por uma "síndrome depressiva derivada de frustrações e dos fracassos que descompensam". O perfeccionista acaba apresentando uma formação rígida que o impede de adaptar-se a diferentes situações e pessoas. O problema está na personalidade do perfeccionista, e pode ser confundido com o transtorno obsessivo-compulsivo e receber tratamento errôneo.

Porém a grande diferença entre eles é que o obsessivo-compulsivo tem uma idéia que considera absurda, irracional e que gera tensão. Por isso, deve realizá-la como um ritual, ou seja, apresentar uma conduta compulsiva. A obsessão deixa sem vontade. Enquanto que o perfeccionista tenta realizar o trabalho sempre da melhor maneira possível, nunca ficando satisfeito com o resultado.

A psicóloga americana, Mônica Ramirez Brasco, em seu livro Never Enought. Freing Yourself for the Chairs of perfectionism “(Nunca suficientemente bom: Liberte-se da cadeia do perfeccionismo.), identifica dois tipos de perfeccionistas”:


Introspectivo: Apresentam pouca auto-estima e confiança. Sentem que qualquer erro será terrível (o que é uma fantasia, embora pareça real) e que errando não contariam com o carinho e a aprovação dos outros. Nunca estão satisfeitos com eles mesmos.


Extropectivos: Não apresentam baixa auto-estima, porém não confiam nas habilidades ou capacidades do restante do grupo de trabalho e, por isso, não conseguem delegar. Exigem das pessoas a perfeição que eles procuram em si mesmos.

O perfeccionista espera que todos ao redor sejam perfeitos (de acordo com o SEU modelo “particular de perfeição”) e se incomoda quando não consegue aplicar aos outros suas regras de disciplina. As pessoas do seu convívio não conhecem suas expectativas (porque não vivenciam a mesma necessidade de perfeição), o que gera tensão com sua família, amigos e colegas, e um grande sentimento de raiva. A chave está em entender que não é possível obrigar outras pessoas a ter atitudes perfeccionistas.

Ninguém jamais poderá sentir o que você esta sentindo. Cada um de nós está sozinho internamente, com sentimentos e pensamentos únicos, só seus. Você pode usar esse conceito para ter a liberdade, de pôr um ponto final num esforço que pode durar a sua vida inteira; e, que de sobra é inútil, para que as outras pessoas sintam o que você sente. Penando dessa forma você também terá forças para ser você mesmo, de uma forma mais poderosa e positiva. A idéia de que estamos sozinhos com nossos pensamentos e sentimentos, não nos torna uma ilha, incompreendidos ou solitários. Nenhum homem ou mulher é uma ilha, mas, sabemos que em virtude do nosso caráter único e de nossa experiências próprias, que, internamente somos ilhas para nós mesmos, e, que compreender esta idéia nos ajudará a construir pontes para os demais, em vez de erguer barreiras, perturbando-nos, brigando e nos magoando quando vemos que os outros não pensam, nem são como nós.

O indivíduo com personalidade perfeccionista pode mudar sua conduta, aos poucos e com êxito. Deve aprender a dar prioridades às suas atividades, sem fazer tudo de um modo extremamente perfeito, já que é isso o que faz perder de vista o objetivo principal de suas ações. Muitas vezes o perfeccionista acaba vivendo “pela metade” já que desperdiça uma série de oportunidades pessoais e de vida.O perfeccionismo é uma fantasia; só se libertando desta idéia você poderá viver a vida de maneira completa.



CRENÇAS PERFECCIONISTAS



A maioria das pessoas que sofrem de anorexia ou bulimia, estão submetidas a distorções mentais, falsas crenças impostas de forma automática, modelos postulados e regras de vida. É como se tivesse estabelecido um contrato consigo mesmo em um certo momento de sua vida, e o quisera manter sempre, e a qualquer preço. Não é possível questionar nem adaptar nenhuma destas "clausulas contratuais" em função de sua própria evolução. Este contrato ajuda a manter a doença.

Alguns exemplos de crenças que deveriam ser revistas:


Minha valorização como pessoa depende do meu peso


Sou incapaz de suportar os comentários negativos sobre minha aparência


Tenho que estar magro(a) porque é minha garantia de sucesso e felicidade


As roupas tem que vestir sempre perfeitas, senão todo mundo irá perceber


Para mim, não estar magro(a)=estar gordo(a)


Ser complacente comigo mesmo é sempre um sinal de debilidade e fraqueza


O controle de si mesmo é sempre um sinal de disciplina e força


O sucesso não pode ser mais que total, e o fracasso completo


Os "outros" podem fazer 3 refeições por dia, mas eu não preciso de tanto


Os doces, pães e massas são sempre alimentos "maus", porque se transformam em gordura


Eu devo, a qualquer preço, evitar engordar. Estar gordo(a) é um sintoma de fraqueza, que impede a admiração das pessoas, e sem eles me sentirei abandonado e desvalorizado


Se alguém não elogia a minha aparência, é porque não gosta dela


Pelo contrário, se me elogiam, isto ocorre unicamente para me deixarem feliz, porque na realidade eles não pensam assim


Se engordo 500g, vou acabar engordando 50kg

Temas no arquivo.

Terapia não é luxo .
Por Soninha Francine
Foram duas conversas parecidas na mesma semana. A primeira, com uma moça no prédio onde moro. Sente dor nas costas há meses, em parte por estar muito acima do peso. Admitiu que come demais por ansiedade. Os médicos receitaram analgésicos e antiinflamatórios, fisioterapia, acupuntura. E terapia. “Ah, na terapia eu não vou! Fazer o que lá?” “Cuidar de você, oras. Com dor de dente, você vai ao dentista. Com sinusite, ao otorrino. A terapia ajuda a cuidar da angústia, ansiedade, insegurança.” Ela decidiu ir à consulta.No outro dia, no gabinete, o estagiário perguntou para uma assessora: “Por que você faz terapia?” Brincando, ela respondeu: “Porque eu sou louca”. Dali a dez minutos, ele perguntou, sério: “Você é louca mesmo?” A moça riu, ele ficou confuso. Contribuí com a discussão: “Ah, eu faço terapia. Eu também sou louca”. Rimos os três.As pessoas entendem “loucura” como algo divertido. Dizem que fulano “é louco” porque é esquentado, coleciona tampas de garrafa, não perde jogo de futebol nem no dia do seu casamento ou porque é muito engraçado. E o que entendem por terapia? Um tratamento para “loucos”. Já que “loucura” pode ser algo trivial, terapia vira sinônimo de luxo ou frescura. Ou é algo que se aplica aos loucos “de verdade” – nesse caso, terapia é para os casos graves, “não para minhas tristezas e aflições”.Eu passei por vários momentos de desespero na vida, mas, só no ano passado, senti que precisava de uma mão para desatar meus nós. Fiquei abismada de ver como alguém pode revelar tanto a meu respeito a partir de informações que eu mesma forneci – isto é, coisas que, em tese, eu já sabia!Não deveria ser tão espantoso. Muita coisa a nosso respeito só nos é revelada quando vemos nossa própria imagem no espelho. E a terapia ajuda a enxergar o que era impossível descortinar sozinha: os motivos mais profundos para a irritação e a tristeza, os padrões estabelecidos, as nossas reações “viciadas”.Nunca tive problemas para falar de minhas fraquezas. Sempre achei importante, por exemplo, falar de depressão. Quando tive a primeira, saber de pessoas que tinham superado uma me ajudou muito.Mesmo assim, fiquei encabulada em assumir que estava fazendo terapia. Minha agenda é acessada por várias pessoas e não tive coragem de escrever o que faria toda quinta de manhã. Anotei apenas “consulta médica”. Que boboca...Agora perdi a vergonha. Terapia não é “luxo” nem eu sou louca “de verdade”. Tenho minhas loucuras como quase todo mundo. Mas não preciso sucumbir aos desgostos da vida mais do que eles merecem. É certo ficar triste com algumas coisas. Não é certo não ser feliz nunca. Para dor de dente, dentista. Para dor da mente, terapia.
Postado por Coluna Diversidade - Nova Gazeta

Psiqweb.

Neurônios no Divã.

Neurônios no Divã.
Clique na imagem