BARRA NO MEIO

"Loucura é fazer as mesmas coisas todos os dias e esperar que seja diferente!"

Terapia -Porque fazer?

Terapia -Porque fazer?

Psicoterapia: Animação mostra a relação Psicologo e Paciente

Amar com individualidade.


                                        Ser feliz
compete a cada um achar o seu próprio caminho.

                                                  A eterna luta entre o amor e a individualidade.



“Presos ou solto, nós, seres humanos, somos muito cegos e sós. Quase nunca conseguimos transcender os nossos estreitos limites para enxergar os outros e a nós mesmos sem projetar o nosso próprio vulto na face alheia e a cara dos outros na nossa”. Como dizia Sartre, ironicamente: “O inferno são os outros .
E por isso sofremos tanto, perdidos e atordoados no labirinto escuro e gelado que não sabemos se é nosso ou alheio."  Clarice Lispector







O jardim secreto de cada um.



Há dentro de todos nós essa necessidade de ter em algum lugar nosso jardim secreto, não onde vamos confinar nossos segredos, mas onde podemos ter um encontro real e exclusivo conosco.



Umas pessoas sentem mais essa necessidade que outras, mas estar consigo de vez em quando, interiorizar-se, colocar ordem nos pensamentos ou simplesmente abandonar-se, é vital ao equilíbrio de todos nós. Em todo relacionamento onde o amor existe, esse espaço deve ser conservado como o limite de cada um.

Os relacionamentos fusionais que ultrapassam essas barreiras acabam por destruir-se, pois amar é também respeitar que a outra pessoa tenha seu recanto, seus pensamentos e, por que não, seus próprios amigos, próprias idéias e sonhos. As pessoas não precisam estar juntas cem por cento do tempo para provarem que se amam. Elas se amam por que se amam e pronto.

Dar ao outro um pouco de espaço, um pouco de ar para respirar, é dar-lhe também a oportunidade de sentir falta de estar junto.


E isso vale tanto para os amores como para as amizades. As cobranças intermináveis, resultados de carências afetivas, acabam por sufocar a outra parte e cria na que pede, espera, implora, ansiedades que a tornarão infeliz, pois ela verá como desamor qualquer gesto que não corresponda ao que espera.




O amor traz uma relação compatível com os tempos modernos, que respeita a individualidade. Existe respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar. É parecido com a amizade porque aproxima duas unidades e não duas metades .
Basicamente, é uma forma adulta e sólida de relacionamento, na qual a palavra concessão é substituída por respeito.Muitos relacionamentos acabam porque o parceiro estava se sentindo sufocado pelo outro.

Esse comportamento nada mais é do que medo de se relacionar. Parte desse medo é o de perder a individualidade.

Então, o indivíduo foge. Se não foge, chega uma hora em que começa a se sufocar pela falta da individualidade de novo. Mas com o tempo o medo vai diminuindo junto com a vontade de ficar grudado e vai aumentando a individualidade. É como se o amor bem resolvido curasse o indivíduo do mal de amar.

Neste contexto, como fica o ideal de fusão de um relacionamento? Primeiro, é importante lembrar que o sonho de fusão continua presente.
Mas duas coisas modificaram esse ideal do amor: a independência da mulher, desequilibrando a idéia de fusão com uma liderança masculina, e o avanço tecnológico, que criou condições extraordinárias para o entretenimento individual.


Hoje, há uma briga muito mais ostensiva entre amor e individualidade. Nesse sentido, acho que o +amor tem grande chance de prevalecer.

Nos relacionamentos baseados no que chamo de +amor , os maridos não serão mais protetores ou provedores.

Eles terão de ser encarados como companheiros, parceiros de viagem. Mas isso só é possível para aqueles que conseguem trabalhar a sua individualidade.

Flávio Gikovate





Liberta-me , mas fica!!
Amar é deixar o outro livre para ficar ou para se retirar.
É respeitar seu silêncio e seu desejo de solitude.



















E é deixá-lo livre para ir e voltar quando o coração pedir, que isso seja numa cidade ou dentro de uma casa.

  Nada impede que um grande e lindo jardim seja construído juntos e que de mãos dadas se passeie por ele, com o peito cheio de felicidade e a cabeça cheia de sonhos... mas ainda assim, o jardim secreto de cada um deve ser mantido como lugar único e que vai, no fim das contas, enriquecer as relações.



Letícia Thompson




Temas no arquivo.

Terapia não é luxo .
Por Soninha Francine
Foram duas conversas parecidas na mesma semana. A primeira, com uma moça no prédio onde moro. Sente dor nas costas há meses, em parte por estar muito acima do peso. Admitiu que come demais por ansiedade. Os médicos receitaram analgésicos e antiinflamatórios, fisioterapia, acupuntura. E terapia. “Ah, na terapia eu não vou! Fazer o que lá?” “Cuidar de você, oras. Com dor de dente, você vai ao dentista. Com sinusite, ao otorrino. A terapia ajuda a cuidar da angústia, ansiedade, insegurança.” Ela decidiu ir à consulta.No outro dia, no gabinete, o estagiário perguntou para uma assessora: “Por que você faz terapia?” Brincando, ela respondeu: “Porque eu sou louca”. Dali a dez minutos, ele perguntou, sério: “Você é louca mesmo?” A moça riu, ele ficou confuso. Contribuí com a discussão: “Ah, eu faço terapia. Eu também sou louca”. Rimos os três.As pessoas entendem “loucura” como algo divertido. Dizem que fulano “é louco” porque é esquentado, coleciona tampas de garrafa, não perde jogo de futebol nem no dia do seu casamento ou porque é muito engraçado. E o que entendem por terapia? Um tratamento para “loucos”. Já que “loucura” pode ser algo trivial, terapia vira sinônimo de luxo ou frescura. Ou é algo que se aplica aos loucos “de verdade” – nesse caso, terapia é para os casos graves, “não para minhas tristezas e aflições”.Eu passei por vários momentos de desespero na vida, mas, só no ano passado, senti que precisava de uma mão para desatar meus nós. Fiquei abismada de ver como alguém pode revelar tanto a meu respeito a partir de informações que eu mesma forneci – isto é, coisas que, em tese, eu já sabia!Não deveria ser tão espantoso. Muita coisa a nosso respeito só nos é revelada quando vemos nossa própria imagem no espelho. E a terapia ajuda a enxergar o que era impossível descortinar sozinha: os motivos mais profundos para a irritação e a tristeza, os padrões estabelecidos, as nossas reações “viciadas”.Nunca tive problemas para falar de minhas fraquezas. Sempre achei importante, por exemplo, falar de depressão. Quando tive a primeira, saber de pessoas que tinham superado uma me ajudou muito.Mesmo assim, fiquei encabulada em assumir que estava fazendo terapia. Minha agenda é acessada por várias pessoas e não tive coragem de escrever o que faria toda quinta de manhã. Anotei apenas “consulta médica”. Que boboca...Agora perdi a vergonha. Terapia não é “luxo” nem eu sou louca “de verdade”. Tenho minhas loucuras como quase todo mundo. Mas não preciso sucumbir aos desgostos da vida mais do que eles merecem. É certo ficar triste com algumas coisas. Não é certo não ser feliz nunca. Para dor de dente, dentista. Para dor da mente, terapia.
Postado por Coluna Diversidade - Nova Gazeta

Psiqweb.

Neurônios no Divã.

Neurônios no Divã.
Clique na imagem