BARRA NO MEIO

"Loucura é fazer as mesmas coisas todos os dias e esperar que seja diferente!"

Terapia -Porque fazer?

Terapia -Porque fazer?

Psicoterapia: Animação mostra a relação Psicologo e Paciente

A Ciência do Perdão-Reconciliação, Psicoterapia da Autenticidade e Meditação









Por Dr. Fernando Salvino
Parapsicólogo Clínico e Psicoterapeuta

No universo quase secreto de meu consultório, onde estou semanalmente em contato com muitos pacientes, uma evidência se apresenta para mim: o nosso maior bloqueio, centro de todo distúrbio, está naquilo que chamamos de "alma" (núcleo egóico do Ser). Pela psicodinâmica do campo de energia humana, a alma se localiza na região do chacra do coração: o centro onde pulsam as emoções e sentimentos, tantos os de ódio, mágoa, como os de amor, fraternismo e benevolência. A alma é o Ego. A alma não é o Eu Real. Vivo a cada semana a oportunidade de ter encontros reais com pessoas, transcendendo as aparências e adentrando no universo da intimidade: daquilo que poucos ou ninguem mostra no dia a dia, seus mundos calados, seus universos silenciosos, medos e mesmo potenciais e qualidades virtuosas.

A grande maioria dos pacientes, e admito não lembrar de um único, apresentam fortes bloqueios no chacra emocional, localizado na região do coração. Ou seja, a raiz da psicopatologia está na existência do Ego. E podemos tradudiz Ego por aquilo que Sidartha Gautama, o "Buda" chamou de Maya (Ilusões). É neste centro que escuto ser o local da angústia, da prisão de sentimentos, da tristeza, da mágoa, ressentimento e assim por diante. E como toda angústia é algústia de alguma coisa; e como toda mágoa, ressentimento é de alguma coisa ou mais precisamente falando, de alguem, estamos aqui na dimensão dos relacionamentos. O bloqueio emocional está ligado diretamente a uma patologia dos cordões de energia emocional-sentimental que, se romperam ou se deterioraram em relacionamentos íntimos anteriores. Traições e muitos outros fatos levaram a grande maioria de meus pacientes a bloquear seu núcleo emocional. Eu mesmo estou livre deste bloqueio? Não. Todos nós carregamos processos emocionais que estão sendo a tempo integral, metabolizados, digeridos pelo chacra emocional, cardíaco. Quando inicio o trabalho de autenticidade, ou seja, de ajudar os pacientes a serem realmente quem são, inevitavelmente lhes ajudo a entrar em contato com seus sentimentos, visto que seus pensamentos estão distorcidos através de crenças que refletem o distúrbio associado ao bloqueio do chacra. Para isto uso técnicas que resumo em "explorações das paredes psíquicas", que são imagens quase arquetípicas onde o conflito é representado psicodinamicamente no palco imaginário, o qual tem por função esconder ou proteger a dor e as humilhações associadas às agressões recebidas no passado, em alguma ou algumas relações que teve. Ao explorar as imagens mentais do bloqueio, inevitavelmente, o paciente se defronta com situações onde acaba liberando pela catarse conteúdos reprimidos e mesmo, em alguns casos, acessando as vivências diretas de vidas passadas, fontes dos traumas.

Seja nesta ou em vidas anteriores, a evidência aponta que: o perdão-reconciliação contínuo é a porta para a liberdade mental, emocional, energética e existencial.

Não falo aqui do perdão religioso, o qual a pessoa pede a Deus o perdão de seus pecados. O perdão que trago aqui, como necessidade em termos de saúde mental e espiritual, é o perdão que liberta nosso próprio ser do sofrimento passado que ainda permanecemos ligados, pelo ressentimento, o ódio, a amargura, a raiva e o desejo de vingança. É necessidade de evolução e libertação íntima do sofrimento em direção da felicidade. O perdão é a libertação da alma de todo desejo de vingança e represália, através de atos contínuos de compreensão, mudança de percepção, mudança de valores pessoais, abrir mão do "Ego", da vaidade, da auto-importância e assim por diante. O perdão é uma reciclagem interna, profunda, que ocorre como uma cicatrização da ferida emocional que fora procovada por uma ou outras pessoas, num dado momento de nosso passado. O perdão é a escolha consciente pelo caminho do amor a si e aos nossos irmãos de evolução e, repito, nada disso tem a ver com religião: a psicoterapia, a clínica, o consultório vem trazendo esta ciência experimental e esta necessidade urgente.

Os relacionamentos terminam, novos são criados, e mágoas vão sendo levadas de um para outro relacionamento. Medos de entrega, repressões sexuais e afetivas vão sendo alimentadas e, a cada novo relacionamento, novas mágoas, ressentimentos vão sendo armazenados na região cardíaca, comprimindo as energias do chacra, aumentando o peso energético da região, trazendo angústia e sensações muitas vezes físicas de queimação, ardência, formigamentos, etc, sempre desagradáveis, dolorosas. Ou seja: a atitude de não perdoar só nos mantém na dor. Criamos a dor ao mantermos os ressentimentos e o orgulho. O orgulho é o nosso inimigo maior: ele mantem o Ego erguido diante da necessidade de não perdoar e, assim, nutre o ressentimento e o ódio. É um círculo vicioso: o agressor comete o dano, agride, ofende e gera a mágoa no outro. A pessoa magoada não aceita o que lhe fez e, com isto, não libera o perdão, com o medo de que se liberar o perdão estará acatando aquilo que lhe fizeram. E, esta escolha faz com que a pessoa opte por permanecer ligada a fonte da dor, a memória, as significações, os sentidos associados ao ato agressor e, com isto, decide por permanecer agredindo a si mesma. Na essência, a agressão gera no agredido a sensação da culpa, da humilhação e o ódio de si mesmo. E toda agressão, é auto-agressão.

Faça uma pausa: feche os olhos, respire lentamente, profundamente, 3 vezes. Prossiga a leitura. 
Todo perdão é auto-perdão, é perdoar a si mesmo. É aceitar a si mesmo. Aliás, não existe mudança que não começe pela aceitação de quem somos agora. A auto-aceitação gera em nós a liberdade de podermos mudar. E para que possamos nos autoaceitar como somos agora, temos que revisar nosso passado e seja lá o que fizemos, nos perdoar: auto-reconciliação. Não significa "passar a mão em nossas proprias cabeças". Significa, olhar para trás, aceitar, e deixar o passado para trás: libertar-se. Assim, podemos fazer de nosso presente algo diferente, melhor e de nosso futuro algo melhor ainda.

Todo perdão exige uma reconciliação: o fazer as pazes, seja com outra pessoa, seja conosco mesmos. A reconciliação é o voltar a sermos amigos de nós mesmos, antes de tudo. É a atitude de autenticidade mais franca, honesta e sincera, onde olhamos para nós proprios com o máximo de franqueza, no entanto, sem nos criticarmos, livres da atitude autodestrutiva de sermos autoimperdoadores. O perdão que concedemos de forma responsável a nós mesmos liberta: liberta-nos da prisão que criamos em volta de nossos ressentimentos, traumas e mágoas do passado. Liberta-nos do Ego que nutrimos: nosso eu falso, nosso eu distorcido, a auto-imagem, o auto-conceito, o narcisismo doente.

Os resultados do não-perdão, de si e dos outros, está evidenciado clinicamente também. Certa vez, em regressão, uma paciente em estado de grave perturbação emocional, em transe, apresenta os sintomas mediúnicos de uma personalidade intrusa, extrafísica, que a acompanhava desde uma vida antiga na África. Naquela oportunidade, as tribos vencedoras faziam orgias canibais com as tribos perdedoras. Ela, naquela vida, teria literalmente comido a vítima que naquele momento, estava lhe perseguindo e até certo ponto lhe torturando ainda. A consciência extrafísica, perturbada pela violência daquela vida (vingança, ressentimento, mágoa, ódio) assumiu pela psicofonia (mediúnica) da paciente e falava comigo. Eu tentava fazer a reconciliação entre ambas, enviando-lhe energias fraternas de paz e aceitação, livre de preconceitos e julgamentos de sua atitude de perseguição. O ódio pulsava em seus olhos. Mas tratei-a como um doente, e certamente, estava em grave estado parapsicose, apresentando uma parapsicopatia. Afinal, por um lado, sua atitude tinha base histórica, se justificava historicamente pelo que teria passado na mãos da paciente, noutra vida. A reconciliação foi realizada, a consciência ficou mais pacífica, expliquei a ela que estava presa neste processo há mais de 1.000 anos e assim por diante. Conversamos, enviei mais energia de paz, e ela em dado momento, se desprendeu da paciente e foi levada para tratamento extrafísico, nos hospitais astrais. Os amparadores, que são consciências de maior benevolência e equilíbrio mental e emocional, acabaram por resgatar o doente extrafísico acometido pela chaga da vingança. E a grande maioria dos assédios de natureza extrafísica, quando mais densos e patológicos, estão carregados da incapacidade de amar, perdoar e transcendermos nossos egos de nossa autoimportância, que atravessa as várias e várias vidas. Vamos expandir um pouco: a grande massa dos conflitos planetários estão enraizados na existência do Ego e, diante disso, o Ego busca defender-se de ameaças: ofendendo, atacando ou não perdoando e se reconciliando com aqueles que nos fizeram o ato danoso. E mais longe ainda, religiões matando-se entre si, lutando pela defesa de dogmas e verdades que nunca serão definitivas. Ciências brigam por paradigmas que nunca serão definitivos e completos. Nada existe de ponta, nada existe de mais avançado: na essência estes conceitos todos são produtos do Ego que, alimentando-se da vaidade e da necessidade da prepotência, arrogância e poder, subjuga outros enquanto que se vinga daqueles que o subjugaram. É um ciclo psicosociopatológico que acompanha a humanidade a milênios, vida após vida.

Não importa o que fizemos em vidas passadas, importa quem somos agora. Importa o que pensamos e sentimos agora, importa nossos atos agora. O passado somente importa para abrirmos as portas para o perdão e a autoaceitação e assim, nos libertamos do mesmo passado, em troca do presente e do futuro: os locais da felicidade. A terapia de vidas passadas, ou como chamo tecnicamente de retrocognoterapia ou retrocognição clínica, ajuda o paciente a compreender-se, auto-transcender, aceitar-se, perdoar-se, perdoar os que têm conflitos na vida, hoje, familiares, etc. A tarefa básica da regressão é proporcionar as experiências de reconciliação consigo mesmo, expandindo nosso universalismo e nossa capacidade de amar e aceitar os outros seres, outras raças, etnias, pois nós mesmos já passamos por muitos países e até outros planetas. Mas pode também, nutrir o Ego, que busca no passado a personalidade famosa que foi, o Rei ou Rainha. Nada há de mais decepcionante para o Ego, lembrar que foi abusado sexualmente no passado, quando era um garoto que fora adotado por uma família, cuja empregada cometia os abusos sexuais. Mas para o Eu Real, é rica esta lembrança, pois expande o autoconhecimento e engrandece as respostas para comportamentos e posturas atuais até então não compreendidas: geram aceitação e abre o espaço para a mudança. Da mesma forma as grandes experiências parapsíquicas: ou aumentam o Ego de volume ou ajudam o Ego a evaporar gradualmente, pelos contatos com o Eu Real. A escolha é nossa.

Se pudesse resumir o que é a psicoterapia, poderia dizer que é o espaço onde existe um encontro de duas pessoas reais, autênticas, o mais livres de máscaras, fachadas e estratégias de burlar o contato com o Eu Real que somos. Esta é a função social da psicoterapia, seja ela de que linha for, a de formar cidadãos autênticos, honestos consigo mesmos e verdadeiros consigo mesmos. Acredito que, quanto mais autênticos e verdadeiros pudermos ser com nosso Eu Real (dissolvendo gradualmente o Ego), assim estaremos semeando a futura sociedade ancorada na autenticidade. É como a profecia da Anarquia: a sociedade formada por sujeitos que se autogovernam, inexistindo o Estado e, portanto, a violência e a vingança instituída e legitimada. E a mudança interna se expressa pela maior amorosidade, expansão de percepção, consciência e autorealização. Uma sociedade assim é formada por cidadãos livres, internamente livres.

É o momento de ultrapassarmos as fronteiras da religião e da ciência, e trazermos o perdão e a reconciliação como aspectos centrais de todo processo de evolução pessoal. Posso até dizer que a missão de todos nós está na reconciliação conosco mesmos e com tudo e todos, a família, sociedade, culturas, etnias, raças, preferências sexuais, tabus, planeta e universo. É o aprendizado do amor real, puro. É o processo de tornar-mo-nos novamente cidadãos do cosmo, do universo. É a reconciliação total, com o Holos; é a cosmoterapia, holoterapia e a religião verdadeira: o voltarmos a nos sentirmos conectados ao Universo como um todo em clima interior de paz, fraternidade e amizade.

Venho colhendo experiências maravilhosas neste caminho, quando uma paz que surge de meu interior, uma alegria serena, um estado mental sereno e lúcido de vez enquando enobrece meu espírito e inunda minha consciência de sentido. Admito que este estado mental de serenidade e paz de espírito não é assim tão fácil de se conseguir, mas somente o conseguimos se começamos a dar passos de perdão e reconciliação sinceras em nossa caminhada. Começo a compreender finalmente, pela experiência, a essência daquilo que no Oriente é chamado de estado meditativo ou meditação, como o estado mental de alerta pacífico, sereno, sem esforço, e não concentrado. Uma alegria sem razão. Uma serenidade sem motivo.

O resultado do perdão-reconciliação é o estado meditativo, porque a cada perdão-reconciliação, partículas de Ego são evaporadas até que todo o Ego se dilua naturalmente no espaço cósmico. É isto que podemos chamar de moksha, ou estado de consciex livre, espírito puro, libertação de samsara, ou o do ciclo das reencarnações. Pressuponho que o dia em que estivermos em paz profunda consigo mesmo e com o universo, com a vida e com a essência divina que gerou-gera Tudo, viveremos permanentemente lúcidos, serenos, em contínuo estado meditativo, livres de Ego e, portanto, da necessidade de renascer, reencarnar. Não seremos afetados por nada, porque nestas alturas nem existirá ego e portanto perdão e reconciliação, pois estes últimos são parentes do Ego e não do Eu Real. O Eu Real não se sente ofendido. Para o Eu Real não existe patologia, assédio, obsessão e todos estes estados psicopatológicos, porque toda psicopatologia está associada intimamente aos desafios do espírito em evaporar gradativamente a parte que chamamos de Ego (Eu Irreal). Esta libertação é a própria evolução e o motivo de todos estarmos aqui, neste momento, reencarnados e mesmo desencarnados: o aprendizado de amar.







Fonte :http://fernandosalvino.blogspot.com/2011/02/ciencia-do-perdao-reconciliacao.html



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Terapia não é luxo .
Por Soninha Francine
Foram duas conversas parecidas na mesma semana. A primeira, com uma moça no prédio onde moro. Sente dor nas costas há meses, em parte por estar muito acima do peso. Admitiu que come demais por ansiedade. Os médicos receitaram analgésicos e antiinflamatórios, fisioterapia, acupuntura. E terapia. “Ah, na terapia eu não vou! Fazer o que lá?” “Cuidar de você, oras. Com dor de dente, você vai ao dentista. Com sinusite, ao otorrino. A terapia ajuda a cuidar da angústia, ansiedade, insegurança.” Ela decidiu ir à consulta.No outro dia, no gabinete, o estagiário perguntou para uma assessora: “Por que você faz terapia?” Brincando, ela respondeu: “Porque eu sou louca”. Dali a dez minutos, ele perguntou, sério: “Você é louca mesmo?” A moça riu, ele ficou confuso. Contribuí com a discussão: “Ah, eu faço terapia. Eu também sou louca”. Rimos os três.As pessoas entendem “loucura” como algo divertido. Dizem que fulano “é louco” porque é esquentado, coleciona tampas de garrafa, não perde jogo de futebol nem no dia do seu casamento ou porque é muito engraçado. E o que entendem por terapia? Um tratamento para “loucos”. Já que “loucura” pode ser algo trivial, terapia vira sinônimo de luxo ou frescura. Ou é algo que se aplica aos loucos “de verdade” – nesse caso, terapia é para os casos graves, “não para minhas tristezas e aflições”.Eu passei por vários momentos de desespero na vida, mas, só no ano passado, senti que precisava de uma mão para desatar meus nós. Fiquei abismada de ver como alguém pode revelar tanto a meu respeito a partir de informações que eu mesma forneci – isto é, coisas que, em tese, eu já sabia!Não deveria ser tão espantoso. Muita coisa a nosso respeito só nos é revelada quando vemos nossa própria imagem no espelho. E a terapia ajuda a enxergar o que era impossível descortinar sozinha: os motivos mais profundos para a irritação e a tristeza, os padrões estabelecidos, as nossas reações “viciadas”.Nunca tive problemas para falar de minhas fraquezas. Sempre achei importante, por exemplo, falar de depressão. Quando tive a primeira, saber de pessoas que tinham superado uma me ajudou muito.Mesmo assim, fiquei encabulada em assumir que estava fazendo terapia. Minha agenda é acessada por várias pessoas e não tive coragem de escrever o que faria toda quinta de manhã. Anotei apenas “consulta médica”. Que boboca...Agora perdi a vergonha. Terapia não é “luxo” nem eu sou louca “de verdade”. Tenho minhas loucuras como quase todo mundo. Mas não preciso sucumbir aos desgostos da vida mais do que eles merecem. É certo ficar triste com algumas coisas. Não é certo não ser feliz nunca. Para dor de dente, dentista. Para dor da mente, terapia.
Postado por Coluna Diversidade - Nova Gazeta

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