BARRA NO MEIO

"Loucura é fazer as mesmas coisas todos os dias e esperar que seja diferente!"

Terapia -Porque fazer?

Terapia -Porque fazer?

Psicoterapia: Animação mostra a relação Psicologo e Paciente

Aquilo que a gente mais teme , atrai.



                                  Aconteceu comigo.








Por: Rejane Pedrosa Ramos

Dia 15.07.89 as 14:00 h fui a uma clínica fazer ultra som e mamografia das mamas por rotina anual.Foi a primeira vez na minha vida que me vi tranqüila para me submeter a esses exames.Sempre me sentia ansiosa , apreensiva e porque não dizer, morrendo de medo.

Ao chegar no local, muito relaxada, pensei : fiz esses exames o ano passado, deu tudo normal, dessa vez vai dar também. Entrei na sala , fiz o exame de mamografia e fiquei aguardando o médico para fazer o ultra som. Ele chegou e examina aqui, examina ali, quando de repente ouvi o radiologista falar: ACHEI UM NÓDULO! a impressão que me deu, foi que ele tinha achado algo muito importante .E não é que era mesmo? a partir daquele momento, TUDO mudava dentro de mim.Eu sentia que eu crescia a cada fração de segundos após a noticia recebida.

Eu calma, como alguém que tem facilidade de lidar com a realidade por pior que seja ela,e ele franco , direto e objetivo.Com voz forte e segura sem ter a menor preocupação como aquela notícia estava repercurtindo em mim, disse: você tem um nódulo de 0,9 mm ,na mama esquerda no quadrante x do x tal e tal ... depois de um silêncio profundo, perguntei com a voz fraquinha e suave que como me conheço, nem de longe parecia ser eu: Dr. a impressão é de nódulo benigno ou maligno? Ele prontamente e secamente respondeu: não há como afirmar nem uma coisa nem outra,digamos que há uma chance de 70% para o lado benigno.
Você deve levar os resultados para sua médica ginecologista, que provavelmente a encaminhará a uma mastologista .
Disse boa sorte e retirou-se da sala apressado.

Eu confesso que não sei descrever a sensação daquele momento, era um misto de estado de pavor com calma e serenidade que não sei explicar. Saí dali cabisbaixa, me sentindo impotente, indefesa, e com a mente cansada.

A minha vontade era de ir para casa.
Dormir , é sempre a minha primeira forma de defesa. A maneira que encontro para fugir dos problemas. Antes de ir para casa, pedi a enfermeira para medir minha pressão que pressentia estar alterada.E estava!!
A pressão media 16 por 10 e eu não sou hipertensa.
Telefonei para minha cunhada ( médica ), relatei o fato , ela me orientou a tomar um anti-hipertensivo e um calmante. Pedi para que ela não comentasse  com meus filhos .Eu precisava de um tempo para arrumar a minha cabeça e tomar minhas decisões.

Fui para casa, tomei os remédios de pressão e calmante, e fiquei a pensar caso o diagnóstico não fosse bom (até falar na palavra a gente evita) a repercussão que isso faria na minha vida.

Minha cabeça mais parecia uma tela de projeção de cinema.
Passava meus filhos , meus netos , meu marido, minha vidinha maravilhosa, e a incômoda sensação de viver o passo a passo doloroso das sessões de radio e quimioterapia -o pavor da perda dos cabelos então......
Foi pensando negativamente que tive a iniciativa de telefonar para meu cardiologista e contar o que estava se passando comigo.Eu demonstrava meu desespero e ele muito educadamente mandou que eu fosse em sua clinica no dia seguinte as 16:00 horas .

CONSULTA COM O CARDIOLOGISTA



Chegada a minha vez, ele muito atencioso, verificou meu ECG que naturalmente deu alterado e
solicitou os exames : ecografia, ciclo ergometria e Mapa.

Os exames já eram a preparação para uma provável cirurgia ,ou seja, o risco cirurgico. Saí de lá com orientação para tomar remédios para pressão em uso contínuo, e calmante para uso diário por um período de tempo que iria depender das minhas necessidades, ou seja, estava sendo preparada para o que viria a enfrentar.

Confesso que nesse momento me senti angustiada. Muito nervosa , liguei para minha ginecologista e chorando muito, pedi para que ela me atendesse ainda naquela noite em caráter de urgência.
A coitada que já estava atendendo sua última cliente e já passava das 22:30 tratou de me dar um choque térmico dizendo que eu não era ignorante, que não podia estar desesperada com um nódulo de menos de 1 cm , que eu poderia esperar para o dia seguinte etc, etc, e foi essa chamada que me fez por a cabeça no lugar. Comecei a perceber que estava sofrendo por antecipação, que o nódulo mesmo que fosse maligno era muito pequeno,que existia portanto, bom prognóstico para a cura. Eu precisava levar uma verdades dessas na cara para me acalmar e pensar positivo.

Fui pra casa , tomei banho , jantei, e fui dormir sob o efeito do calmante.

Acordei 7:30 desejando que tudo tivesse sido um pesadelo, mas a realidade chegou logo quando meu marido perguntou: como está você?


LADO POSITIVO DO NEGATIVO

Perceber que em tudo na vida existem dois lados , nos capacita para conseguirmos o equilíbrio mental necessário para enfrentar os problemas que naturalmente surgem na nossa vida.
Há mais ou menos 30 anos , fiz uma retirada de um nódulo benigno na mama.Foi traumático pois o resultado da biópsia nessa época demorava muito a sair, e diante de uma angustiante ansiedade , cheguei a somatizar uma úlcera gástrica nervosa.
Depois desse tempo , desenvolvi um medo neurótico de doenças . Principalmente de câncer.
Mesmo tendo feito anos de terapia, não consegui me desprender desse medo.Eis que a vida vem e ensina.
E a rasteira da vida me ensinou que o medo não nos proteje de nada, ou pior, ele pode ser o agente causador da atração da doença .
Foi pensando e repensando que entendi que a serenidade que eu vinha sentindo apesar do que estava passando , era nada mais nada menos , do que a libertação desse medo.Sim,livrei-me do medo !!
O medo é uma doença que nos impede de viver,pode antecipar a morte e tira o brilho da vida.
A psicologia diz que, aquilo que a gente mais teme, é exatamente aquilo que a gente atrai, e sabe porque? porque estamos 24 horas pensando na doença ou no problema temido.
É a força do pensamento ou da mente sobre o homem.

Pensar em controlar o destino ou o futuro gera um desgaste absurdo de energia.
Eu me sentia leve, apesar da incerteza. Incerteza , essa é a palavra!
Se acontecesse o pior ,eu necessariamente seria obrigada a olhar o lado positivo do que estaria vivendo - e aí vem a pergunta: e existe lado positivo? Claro que sim!! Eu já conto ponto positivo só em perder o meu “falso poder”, o pensar que meu esforço, minhas informações, minha boa vontade, ou seja lá o que , fosse impedir desse mal acontecer na minha vida.
Não, ninguém sabe dos Planos de Deus, eu não sou melhor do que ninguém, as coisas ruins acontecem com qualquer pessoa , inclusive comigo.
Eu não sou nada, minha impotência perante a vida é total, e se algo de ruim tiver de acontecer,acontecerá!  CONSEGUIR PENSAR ASSIM FOI UM DOS MAIORES GANHOS NA MINHA VIDA.

Eu clamei a Deus para que tudo não passasse de um grande susto, e de uma baita experiência .
Eu já podia sentir no meu coração, que acontecendo o pior, eu não seria uma pessoa revoltada.
Eu tomei a decisão de não desperdiçar essa experiência.
Uma das maiores e melhores coisas que imediatamente descobrí, foi o quanto sou feliz de verdade! - que eu tenho tudo o que preciso para viver e ser feliz , e que mesmo que eu estivesse realmente com um câncer, eu lutaria com afinco para viver todos os dias da minha vida plenamente feliz.

Uns morrem do coração, outros de infecção ,outros  das mais variadas formas de doença, portanto, é certo que um dia morrerei seja do que for, mas enquanto vida eu tiver, serei plena e agradecida por tudo que tenho e sou.
Mais importante ainda!!
Nesse pequeno tempo , descobri que existe dentro de mim(de nós) diversas facetas, tipo:

O ser humano por ser muito  carente, pode potencializar e alimentar a doença pelo ganho secundário,
ou seja , ele encontra " satisfação na doença" por estar recebendo atenção, carinho e cuidados, além de fantasiar a idéia de ser valorizado - obviamente que tudo isso a nível inconsciente. Eu sabia disso teoricamente, mas foi muito triste e cruel perceber esse absurdo existindo dentro de mim .Quando percebi
tamanha "burrice! mandei um recadinho urgente ao meu inconsciente: Estou fora!! este mal não me pertence.Quero minha saúde e minha vida, e minhas carências a partir de hoje, supro eu!!


GANHAR SAÚDE REQUER CRESCIMENTO INTERNO PARA ABRIR MÃO DE INFANTILISMOS INCONSCIENTES DO TIPO :

1- Pena de si mesmo.
2- Sentimento de abandono.
3- Sentimento de incompreensão.
4- Desejo de ser valorizado.
5- Desejo de receber atenção.
As pessoas sabem quando a pessoa está fazendo uso dessa artimanha.
Se o indivíduo doente estiver consciente e desejar se livrar desse infantilismo , ele só terá a ganhar.Receberá atenção, cuidados , carinho, mas se tornará uma pessoa grata e reconhecida .Não abusará do outro e desejará sair da doença para usufruir da sua própria vida.
Continuandooooo...

Só susto? Será?
Marquei consulta com a mastologista .
Espera longa para quem está com ansiedade.

Passei a tarde em casa, vi um filme , e de repente vieram pensamentos negativos e me desesperei. Tive uma crise de choro, novamente clamei a Deus para que não fosse um câncer.Chorei muito , e me senti aliviada novamente.

Ficava alternando os sentimentos: ora era otimista, ora pessimista, e na maioria das vezes me emocionava.
A pressão mantinha-se normal. Isso me tranqüilizava. Sinal que os medicamentos estavam atuando no meu organismo.

Sentia doçura em mim.Era o largar das armas!!Eu fico vendo como tenho sentimentos bons , como tenho doçura , mas que o medo de ser ferida , magoada , explorada, me retém, me faz ficar sempre em retaguarda, na defensiva, e assim muitas vezes me torno grosseira ou áspera - são minhas defesas!!

Todo mundo é assim ...

O mais interessante é que essa soltura das armas não acontece só com o doente, ocorre também com os familiares e com as pessoas do nosso relacionamento de amizades.A possibilidade de perda faz com que encaremos o lado bom das pessoas, tanto de um lado , quanto do outro, e assim, as pessoas se aproximam e dão o melhor de si.

Eita povo maluco !! as pessoas escondem o que tem de melhor e dão o pior ou o mais ou menos. Que boicote a felicidade!!
Tão bom a troca de gentileza, de carinho, de atenção, de boa vontade ...Somos tão belos por dentro, como nos tornamos feios pelo medo de amar ! é como se o outro fosse se aproveitar , nos explorar, roubar o que temos de melhor.

É esse amor dado e recebido que nos potencializa na capacidade de multiplicar o amor.E não precisa ser muito, ser grande. Ás vezes basta uma palavrinha, um olhar, um gesto de carinho, um telefonema.Meu Deus, é tão pouco, e deixa marca positiva para toda uma vida!!

QUANDO O INTERNO SE CONFUNDE COM O EXTERNO.

Eita resistência em arrumar meu guarda-roupa!!! É, ele representa um pedaço de mim que está desarrumado   - e esse pedaço só o tempo se encarregará de colocar no devido lugar. Simbolicamente, meu guarda-roupa é o retrato de meu estado interior. E ele estava na maior desordem!!

DOMINGO 19.07 – dia frio e agradável.Passei o dia vendo filmes. Emocionalmente estável!


SEGUNDA FEIRA 20.07 09

Fui fazer consulta com mastologista .Ela me passou muito otimismo , mas falou que seria necessário fazer uma punção para análise da peça, ou seja , uma biópsia de fragmentos

.
QUARTA-FEIRA 22.07.09 – Fui fazer ecografia , esteira e MAPA.
Resultado de todos: excelentes!!


QUINTA-FEIRA - 23.07.09- Levei os exames ao cardiologista .Ficou decidido que meu problema de hipertensão é puramente emocional, portanto, para não ser pega de surpresa pelos revezes da vida, ele achou por bem, considerando minha idade (53anos) e por estar entrando na menopausa, tomar anti-hipertensivo em uso contínuo.
Achei ótimo! me faz me sentir mais segura.


SEXTA-FEIRA – 24.07.09- 10.15h

Fui fazer a esperada e TEMIDA punção- Fui com minha filha ( a essa altura meus filhos já estavam sabendo mais ou menos  do "babado"  - o tempo todo ela tentava me distrair e me descontrair ) Eu, em estado de órbita ( na lua), mas parecia um zumbi.
Na hora de tomar a anestesia local sua presença foi muito importante. Eu me sentia confiante que tinha alguém pedindo a DEUS por mim.
Fechei meus olhos do começo até o final. Fiquei muito feliz quando o médico comentou que o nódulo pelo ASPECTO era de um fibroadenoma.Ufa!,pensei: fale pela boca de um anjo. AMÉM!! Saímos de lá e fomos ao laboratório levar a peça cujo resultado só sairia na sexta-feira próxima.

No dia 31.07,09 eu percebi uma confusão interna muito grande. Quando eu pensava em escrever algo, eu desistia .

Na verdade, descobri muita apreensão dentro de mim.Claro,estava se aproximando o dia do resultado da biópsia.

CHEGOU O DIA FINALMENTE!!

SÓ EU SABIA DE MIM! Só quem está na pele do problema , é que sabe como a pessoa se sente diante do resultado de uma biópsia.

Cheguei no laboratório e o exame ainda não estava pronto.Fiquei ansiosa esperando, e o tempo parecia não passar. Por fim , chegou a moça com o envelope. Quando ela pensava em selá-lo, eu o peguei, e fui logo abrindo.De imediato o que li para mim que sou” leiga”, estava tudo completamente legal pois não falava em carcinoma nem em malignidade.Fiquei feliz, mas para comemorar a alegria, liguei para minha ginecologista, e ela quase me parabenizou.
Ela falou que eu era uma pessoa de sorte, pois apareceu células atípicas que poderiam se transformar em câncer daqui a alguns anos e que eu tinha detectado a tempo.
Pensam que isto me deixou muito tranqüila?? Pude entender pelo que ela falou, que a coisa não parava por aí, eu ainda deveria procurar a mastologista e ela decidir o que fazer comigo, ou melhor, com o meu peito.




Visita a mastologista

Não deu outra !! Fazer a cirurgia, e nova biópsia no restante total do nódulo.Segundo ela, esse resultado apenas dos fragmentos não garantia se na parte restante não haveria um câncer.Na verdade, a probabilidade era mínima, mas não se brinca com coisa seria . Bom, exames cardiológicos em dia e aptos para a empreitada , fiz exame de sangue para tempo de coagulação e etc... todos ok, ficou marcada a cirurgia para dia 13 de agosto, felizmente uma quinta-feira e não sexta - temor dos supersticiosos - brincadeira,eu não ligo pra isso.

Desse momento em diante,  confesso que me sentia muito confiante.Percebi meu bom astral de volta, e fiquei tranquilamente me preparando para o dia da cirurgia.
Era documentação pra cá, pra lá, preocupação em deixar as coisas em casa em ordem,as contas pagas, e ETC...


CHEGA O DIA DA CIRURGIA- quinta-feira, dia 13 de agosto.

Antes de ir para o hospital, fui à uma clínica acompanhada com uma amiga , para fazer a marcação cirurgica . Sob anéstesia locaL e sob o exame de  ultrasonografia ,o médico introduz uma espécie de agulha  para demarcar o local onde se encontra o nódulo.
Demarcada a área a ser retirada, fui para o Hospital ( CLIN )me internar.

Cirurgia realizada com êxito, no mesmo dia tive alta e fui para minha casa.Era meu lugar preferido.O material foi pro laboratório e ficou para ser entregue o resultado no dia 18.08-terça-feira .Segui em frente tranqüila e otimista, e com meu astral em alta.

DIA 18.08 DIA DO RESULTADO DA BIÓPSIA

Minha filha logo cedo me telefona dizendo que a moça do laboratório ligou, dizendo que o exame só estaria pronto na próxima semana.

Pronto, despenquei !! todo o meu equilíbrio foi por água abaixo.Fiquei negativa, mil coisas passavam pela minha cabeça .Nesse desespero , tive a idéia de ligar para a mastologista e contar a ela. Prontamente, ela me falou que iria ligar para o analista e saber o real motivo do adiamento e depois voltaria a me ligar.E me ligou? Não!! E daí os miolos começaram a queimar

Tive outra idéia!! pedi para minha cunhada ligar para ela (médica com médica falam a mesma língua) e assim fiquei sabendo da questão que era a seguinte: o resultado do exame confirmado era de um carcinoma lobular in situ e que por esse achado, o analista resolveu por bem, fazer um exame mais minucioso em toda a peça, para garantir a não existência de um outro tipo de carcinoma, ou seja,  carcinoma ductal invasivo, esse de péssimo prognóstico , o qual  se faria necessário fazer uma cirurgia radical por ser infiltrante e ser passível a levar a metástases no futuro.

Dizer novamente despenquei seria abusar do vocabulário, eu diria que surtei, mas precisamente entrei em parafuso!!
Liguei imediatamente para minha ginecologista e demonstrando desespero . Ela, que talvez estivesse NAQUELES DIAS me tratou muito duramente fazendo comparações de mim, com outras pacientes.Chegando a dizer, que de todas as pacientes dela , eu era a pior em termos de cabeça.
Que eu só pensava negativo, que sofria antes do tempo, etc... tudo que eu realmente não precisava ouvir naquele momento.

Achei que ela não foi nada empática. Foi fria e indiferente aos meus medos e sentimentos, e que por mais que eu entenda que ela seja humana e que tenha lá os problemas dela, a maneira de falar faz uma grande diferença. Bastaria que ela me dissesse: Rejane, compreendo o que você está passando, mas não sofra antes da hora. Eu estou cansada , ou mal ,ou seja lá o que, e a gente conversa amanhã. Fiquei pior do que estava!!

É interessante, justo quando sou coerente com meus sentimentos , falo o que sinto , expresso meus medos , as pessoas me rotulam como complicada , ansiosa, nervosa etc...a minha ginecologista quando me comparou com uma paciente sua que descobriu ter um câncer avançado e reagiu muito bem, quis dizer que ela tinha uma excelente cabeça, só que eu sei que isso em absoluto quer dizer que essa pessoa seja ajustada ou equilibrada , muito pelo contrário, essa pessoa pode estar utilizando de todos os seus mecanismos de defesas por não suportar encarar verdades tão duras e cruéis.
Enquanto que eu, estava perturbada por estar encarando a possível e dolorosa realidade.

Eu tenho certeza que Deus age dentro da gente dando a força que a gente precisa para encarar a dor do sofrimento, mas o impacto da notícia , a reação inicial ,vai depender da estrutura particular e da história pessoal de cada um.E isso tem que ser respeitado!

Tem gente que é capaz de tirar a própria vida se tiver a confirmação de uma doença maligna.
Na minha opinião, o meu desespero era coisa do momento.

Desliguei o telefone muito triste  por não ter recebido uma palavra de apoio e conforto da pessoa que de certa forma cuida (cuidava !!  a partir deste dia, eu não mais a quero como minha ginecologista) da minha saúde.

Minha cunhada me lembrou de um texto que conhecemos na NET que fala da saudade dos médicos de antigamente que atendia com carinho e que muitas vêzes faziam vínculos com a família. Logo após essa extensa matéria, estarei publicando esse texto na íntegra. o título dele é: ONDE ANDARÁ MEU DOUTOR? espero que caia nas mãos , ou melhor, nos olhos de muitos profissionais da área de saúde que perderam ao longo do tempo a capacidade de se colocar no lugar do paciente, ou seja, que perderam a sensibilidade e tornaram-se pessoas técnicas e teóricas.

Desse dia em diante meus dias foram de ler sobre cânceres , carcinoma, metástases e qualquer assunto que dissesse respeito ao que "possivelmente" estaria  vivendo.

Me desconectei com o mundo de fora , não quis saber de me comunicar com as pessoas e me fechei pra balanço.
Na verdade, eu não estava entrando em depressão. Me conhecendo como me conheço, eu estava em estado de confusão,e assim respeitei a minha necessária solidão.
Eu me aquieto, me ouço, penso, reflito, analiso e seguidamente absorvo a mudança que com certeza, é sempre para melhor.Eu sempre encontro um jeito de sair do fundo do poço. Aprendi com outras experiências fortes que já vivi. SOU RESILIENTE!

As pessoas que hoje me conhecem já sabem como eu sou ,então me senti muitíssimo respeitada.
Esse era um momento de muita apreensão e de muita expectativa .

DIA 25.08.TERÇA-FEIRA - CHEGA FINALMENTE O DIA DE RECEBER O
OUTRO RESULTADO DA BIÓPSIA.

Antes de ir ao laboratório, liguei para confirmar se o exame já estava pronto .Ele estava!

Já havia tomado todos os remédios que tinha direito e segui pra lá, acompanhada de uma irmã , que assim como eu, disfarçava todo o nervosismo.

Chegando lá ,peguei o envelope e me deparei com a palavra que eu mais temia:CARCINOMA   LOBULAR IN SITU ,  porém, ela não vinha acompanhada da mais temida ainda:  CARCINÔMA DUCTAL INVASIVO.

 Segundo o que li e que minha cunhada incansavelmente repetia ,tratava-se de células pré- malignas localizadas , e que não existia o risco de se infiltrar , nem muito menos causar metástases. Mesmo com todas essas informações , eu não me conformava com o termo CARCINOMA. Então, continuava achando na minha cabeça, que era um cãncer localizado e que minha cunhada omitia a gravidade.

LEVEI EXAME A MASTOLOGISTA

Dia seguinte 26.08.09 8:00 pela manhã , acompanhada de uma amiga que graças a Deus insistiu em me fazer companhia ,dividiu o temor daquele momento.

Chegada a minha hora de ser atendida , eu parecia estar calma,mas na verdade estava era muito tensa.

Assim que entrei na sala,comentei com a médica que senti falta da visita dela antes de sair do hospital-  ela tinha assinado minha alta logo após a cirurgia e não apareceu mais para a visita-ela sentiu-se criticada, e  defendeu-se colocando sua vida profissional  atribulada e seus inúmeros problemas pessoais.

Hoje em dia é assim, os médicos trabalham em diversos lugares, assumem muitas responsabilidades e  juntando com seus problemas pessoais, eles deixam a desejar, a atenção necessária que deveriam proporcionar aos seus pacientes.

É uma pena, pois a relação médico-paciente é de suma importãncia na recuperação do indivíduo.
Bom , voltando ao meu problema,  quando entreguei o exame, fui logo falando: minha irmã falou que esse resultado me garante um monte de direitos não é? tipo aposentadoria integral e outras coisas mais- acho que estava tentando mostrar para ela que eu estava reagindo bem ao problema que estava vivendo.
De pronto, ela que estava olhando o exame, parou perplexa e disse:
nunquinha que você vai se aposentar com um diagnóstico desses !! e em seguida completou: você não tem câncer!!
Quase dei um salto da cadeira. Como assim? E carcinoma não é câncer?ela falou: nesse caso não!! Este é um termo de nomenclatura,e que muitos profissionais tentam retirá-lo.

Você retirou um nódulo com células pré malignas , e passou a ser uma pessoa com dez vezes mais chance de ter um câncer no futuro do que outra mulher que não  tenha possuído células dessa natureza.E ressaltou:  também não significa que seja certo acontecer.

Terminou dizendo que tudo que eu precisava fazer já havia feito ,que não precisava usar medicamentos nem radioterapia, e que eu teria sim, que fazer minhas prevenções semestralmente em vez de anualmente como era antes.

Não preciso explorar o vocabulário para tentar explicar o quanto feliz eu fiquei, mas
como sou muito criteriosa, eu sai de lá com a certeza de que ainda iria  marcar  uma consulta com uma médica oncologista  para ouvir a opinião dela.

A essa altura, não se trata de péssimismo ou qualquer outra coisa, mas de ter a certeza de que a conduta dela está correta e que realmente eu não tenho  o que fazer em termos de prevenção.
Afinal, médicos também cometem seus erros, e não me custa nada, ouvir a opinião de quem entende  especificamente do problema , ou seja , quem entende  de câncer!

Terminou assim , essa fase na minha vida  , e começa uma outra ,cujas mudanças ainda não iniciei.

A experiência que vivi ,me ensinou a dar mais valor à minha vida, e a valorizar as prevenções e os cuidados com a saúde .
Vou voltar a fazer meus exercícios físicos, procurar continuar focando os meus desejos e prazeres, buscar oportunidades de convivência e lazer com os familiares e amigas, investir na pintura como prazer ,e estar sempre atenta na qualidade de vida e de relacionamentos.É continuar aprendendo a viver ... A VIVER BEM!!!

Foram inúmeros os aprendizados dessa experiência,mas o melhor de todos, foi o amadurecimento que ela me trouxe.Amadurecimento que me faz ser capaz de suportar  o mal sem desespero, a tirar prazer das pequenas coisas , a aumentar a minha paciência e fé, e  principalmente a não sofrer por antecipação.


Rejane P. Ramos













O medo













O medo provoca reações físicas facilmente observáveis.



O medo é um sentimento que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente.



Pavor é a ênfase do medo.



O medo pode provocar reações físicas como descarga de adrenalina, aceleração cardíaca e tremor.

Pode provocar atenção exagerada a tudo que ocorre ao redor, depressão, pânico etc.



Medo é uma reação obtida a partir do contato com algum estímulo físico ou mental (interpretação, imaginação, crença) que gera uma resposta de alerta no organismo.



Esta reação inicial dispara uma resposta fisiológica no organismo que libera hormônios do estresse (adrenalina, cortisol) preparando o indivíduo para lutar ou fugir.



A resposta anterior ao medo é conhecida por ansiedade.

Na ansiedade o indivíduo teme antecipadamente o encontro com a situação ou objeto que lhe causa medo.



Sendo assim, é possível se traçar uma escala de graus de medo, no qual, o máximo seria o pavor e, o mínimo, uma leve ansiedade.



O medo pode se transformar em uma doença (a Fobia) quando passa a comprometer as relações sociais e a causar sofrimento psíquico.



A técnica mais utilizada pelos psicólogos para tratar o medo se chama Dessensibilização Sistemática. Com ela se constrói uma escala de medo, da leve ansiedade até o pavor, e, progressivamente, o paciente vai sendo encorajado a enfrentar o medo.



Ao fazer isso o paciente passa, gradativamente, por um processo de restruturação cognitiva em que ocorre uma re-aprendizagem, ou ressignificação, da reação que anteriormente gerava a resposta de alerta no organismo para uma reação mais equilibrada.





Fonte :  Wikipédia, a enciclopédia livre.



       

“ONDE ANDARÁ O MEU DOUTOR?”







Hoje ,  acordei sentindo uma dorzinha...

Aquela dor sem explicação

e uma palpitação!

Resolvi procurar um doutor...



Fui divagando pelo caminho...

Lembrei daquele médico que me atendia vestido de branco e que para mim

tinha um pouco de pai, de amigo e de anjo...



Meu doutor, que curava a minha dor!

Não apenas a do meu corpo,

mas a da minha alma...

Que me transmitia paz e calma...



Chegando à recepção do consultório,

fui atendida com uma pergunta!

"Qual o seu plano?

O meu "plano"

Ahhh! O meu plano é viver mais e feliz!

É dar sorrisos, aquecer os que sentem frio e preencher esse vazio

que sinto agora! Mas, a resposta teria  que ser outra!

O "meu plano de saúde"...

Apresentei o documento do dito cujo,  já meio suado tanto quanto o meu bolso...

E aguardei

Quando fui chamada, corri apressada...

Ia ser atendida pelo doutor, ele que cura qualquer

tipo de dor!

Entrei e o olhei...



Me surprendi...



Rosto trancado, triste e cansado.

"Será que ele estava adoentado?"

É, quem sabe, talvez gripado!"

Não tinha um semblante alegre, provavelmente devido a febre...

Dei um sorriso meio de lado

e um bom dia!

Olhei o ambiente bem decorado.

Sobre a  mesa à sua frente um computador e no seu semblante a sua dor...



O que fizeram com  o doutor ?



Quando ouvi a sua voz de repente:

"O que a senhora sente?" Como eu gostaria de saber o que ele estava

sentindo... Parecia mais doente do que eu  a paciente...

" Eu? Ah! Sinto uma dorzinha na barriga e uma palpitação" e esperei a sua reação.



Vai me examinar, escutar a minha voz

e auscultar o meu coração.



Para minha surpresa apenas me entregou uma requisição e disse:

"Peça autorização destes exames para conseguir a realização...".

Quando li quase morri..."

"Tomografia computadorizada",

"Ressonância magnética"

e "Cintilografia"!



Ai meu Deus!

Que agonia!!!

Eu só conhecia uma tal de "abreugrafia"...

Só sabia o que era "ressonar" (dormir),

de "magnético" eu conhecia um olhar...

e "cintilar" só o das estrelas!

Estaria eu  a beira da morte?   De ir para o céu?

Iria morrer assim ao léu?



Naquele instante timidamete pensei em falar

"Não terá o senhor uma amostra grátis

de calor humano para aquecer este meu frio?

O que fazer com essa sensação de vazio?



Me observe doutor!

O tal "Pai da Medicina", o grego Hipócrates

acreditava que,

"A ARTE DA MEDICINA ESTÁ EM OBSERVAR".

Olhe pra mim...



É bem verdade que o juramento dele está

ultrapassado!

Médico não é sacerdote...

Tem família e todos os problemas

inerentes ao ser humano...

Mas, por favor me olhe!



Ouça a minha história!

Preciso que o senhor me escute e ausculte!

Me examine!

Estou sentindo falta de dizer até "aquele 33"!

Não me abandone assim de uma vez!

Procure os sinais da minha doença

e cultive a minha esperança!

Alimente a minha mente e o meu coração...

Me dê ao menos uma explicação!

O senhor não se informou se eu ando descalça...

Ando sim!

Gosto de pisar na areia e seguir em frente deixando as

minhas pegadas pelas estradas da vida, estarei errada?

Ou estarei com o verme do amarelão?

Existirá umas gotinhas de solução?

Será que já existe vacina contra o tédio?

Ou não terá remédio?

Que falta o senhor me faz,



meu antigo doutor!

Cadê o scoot, aquele da emulsão?

Que tinha um gosto horrível mas me deixava forte que nem um "Sansão"!

E o elixir?

Paregórico e categórico

E o chazinho de cidreira, que me deixava a sorrir sem tonteiras?

Será que pensei asneiras?

Ahhh! Meu querido

e adoentado doutor!

Sinto saudade...

Dos seus ouvidos para me escutar...

Das suas mãos para me examinar...

Do seu olhar compreensivo e amigo...

Do seu pensar

Do seu sorriso que aliviava a minha dor...

Que me dava forças

para lutar contra a doença...

E que estimulava a minha saúde e a minha crença...

Sairei daqui para um ataúde?

Preciso viver e ter saúde!

Por favor me ajude!



Ohhh! Meu Deus,

cuide do meu médico e de mim,

caso contrário chegaremos ao fim...

Porque da consulta só restou uma requisição digitada em um computador

e o olhar vago e cansado do doutor!

Precisamos urgente

dos nossos médicos amigos...

A medicina agoniza...

Ouço até os seus gemidos...



Por favor!

Tragam de volta o meu doutor!

Estamos todos doentes e sentindo dor!



E Peço!!!

PARA O SER HUMANO

UMA RECEITA DE "CALOR“



E PARA O EXERCÍCIO DA MEDICINA

UMA PRESCRIÇÃO DE "AMOR"!



“ONDE ANDARÁ O MEU DOUTOR?”



Desconheço o autor





Veja o video anexo e reflita!  Onde andará esse tipo de doutor?

















Temas no arquivo.

Terapia não é luxo .
Por Soninha Francine
Foram duas conversas parecidas na mesma semana. A primeira, com uma moça no prédio onde moro. Sente dor nas costas há meses, em parte por estar muito acima do peso. Admitiu que come demais por ansiedade. Os médicos receitaram analgésicos e antiinflamatórios, fisioterapia, acupuntura. E terapia. “Ah, na terapia eu não vou! Fazer o que lá?” “Cuidar de você, oras. Com dor de dente, você vai ao dentista. Com sinusite, ao otorrino. A terapia ajuda a cuidar da angústia, ansiedade, insegurança.” Ela decidiu ir à consulta.No outro dia, no gabinete, o estagiário perguntou para uma assessora: “Por que você faz terapia?” Brincando, ela respondeu: “Porque eu sou louca”. Dali a dez minutos, ele perguntou, sério: “Você é louca mesmo?” A moça riu, ele ficou confuso. Contribuí com a discussão: “Ah, eu faço terapia. Eu também sou louca”. Rimos os três.As pessoas entendem “loucura” como algo divertido. Dizem que fulano “é louco” porque é esquentado, coleciona tampas de garrafa, não perde jogo de futebol nem no dia do seu casamento ou porque é muito engraçado. E o que entendem por terapia? Um tratamento para “loucos”. Já que “loucura” pode ser algo trivial, terapia vira sinônimo de luxo ou frescura. Ou é algo que se aplica aos loucos “de verdade” – nesse caso, terapia é para os casos graves, “não para minhas tristezas e aflições”.Eu passei por vários momentos de desespero na vida, mas, só no ano passado, senti que precisava de uma mão para desatar meus nós. Fiquei abismada de ver como alguém pode revelar tanto a meu respeito a partir de informações que eu mesma forneci – isto é, coisas que, em tese, eu já sabia!Não deveria ser tão espantoso. Muita coisa a nosso respeito só nos é revelada quando vemos nossa própria imagem no espelho. E a terapia ajuda a enxergar o que era impossível descortinar sozinha: os motivos mais profundos para a irritação e a tristeza, os padrões estabelecidos, as nossas reações “viciadas”.Nunca tive problemas para falar de minhas fraquezas. Sempre achei importante, por exemplo, falar de depressão. Quando tive a primeira, saber de pessoas que tinham superado uma me ajudou muito.Mesmo assim, fiquei encabulada em assumir que estava fazendo terapia. Minha agenda é acessada por várias pessoas e não tive coragem de escrever o que faria toda quinta de manhã. Anotei apenas “consulta médica”. Que boboca...Agora perdi a vergonha. Terapia não é “luxo” nem eu sou louca “de verdade”. Tenho minhas loucuras como quase todo mundo. Mas não preciso sucumbir aos desgostos da vida mais do que eles merecem. É certo ficar triste com algumas coisas. Não é certo não ser feliz nunca. Para dor de dente, dentista. Para dor da mente, terapia.
Postado por Coluna Diversidade - Nova Gazeta

Psiqweb.

Neurônios no Divã.

Neurônios no Divã.
Clique na imagem