BARRA NO MEIO

"Loucura é fazer as mesmas coisas todos os dias e esperar que seja diferente!"

Terapia -Porque fazer?

Terapia -Porque fazer?

Psicoterapia: Animação mostra a relação Psicologo e Paciente

Neurose







Autor: Marcelo Bonachela


Psicólogo



A pessoa neurótica parte do princípio de que os outros têm a obrigação de
lhe dispensar atenções especiais, satisfazer todas as exigências
advindas das suas inibições e conflitos. Acha que não cabe a ela cuidar
de seus problemas, afinal, os outros criaram e colocaram esse mal
dentro dela. Para a pessoa neurótica, tudo que possa pensar, falar ou
desejar não deverá ter conseqüências negativas, pois a não satisfação
desse desejo será sentida como frustração, ofensa e mais ressentimento
acumulado.

O neurótico impõe uma completa isenção de
responsabilidade em relação aos seus atos. Quando se sente
inferiorizado, julga-se no direito de dizer e fazer tudo que ache
importante, pois o mundo deveria estar a seu serviço “depois de tudo
que ele já sofreu". Por vezes, percebe-se o neurótico por ser arrogante
e vingativo; compelido a ofender os outros e, apesar de tudo que possa
fazer aos mais próximos, acha que ninguém deveria se ofender com o seu
modo de ser “explosivo” e “sincero”. Este é o famoso “eu fui criado
desse jeito, quem quiser que agüente!”. A idéia de não ter nascido com
sorte é o disfarce perfeito para o sentimento de inveja, cheio de
ressentimento em relação a qualquer pessoa que seja mais afortunada em
sua vida.

A pessoa neurótica se recusa a perceber que os
outros também possuem necessidades e limitações. As necessidades dos
outros nada significam para ela, ou melhor dizendo, significam mais uma
vez que ele está em segundo (pra não dizer último) plano em relação ao
interesse dos outros. As necessidades do neurótico devem ter prioridade
absoluta. Não percebe que mantém em seu interior necessidades
neuróticas. Aliás, a simples menção dessa possibilidade é recebida
imediatamente como ofensa. Pode, no máximo, dar-se conta de certas
expressões de impaciência e intolerância. Não gosta de pedir algo aos
outros, ou de dizer ‘muito obrigado’. Entretanto, não se dá conta de
que julga que, para os outros, dizer a ele um “muito obrigado” é o
mínimo.

O neurótico espera obter o que deseja sem fazer o
esforço necessário para conquistá-lo. Se se sente só, não admitirá que
precisa chamar alguém; pois o outro tem a “obrigação” de procurá-lo.
Para poder gozar de certos favores especiais, tenderá a exagerar as
suas qualidades e seus méritos pessoais. Isso tudo é, naturalmente
inconsciente.

Vamos tornar consciente a sua auto-percepção
para que assim, você possa gozar plenamente das relações e dos momentos
de sua vida?

Temas no arquivo.

Terapia não é luxo .
Por Soninha Francine
Foram duas conversas parecidas na mesma semana. A primeira, com uma moça no prédio onde moro. Sente dor nas costas há meses, em parte por estar muito acima do peso. Admitiu que come demais por ansiedade. Os médicos receitaram analgésicos e antiinflamatórios, fisioterapia, acupuntura. E terapia. “Ah, na terapia eu não vou! Fazer o que lá?” “Cuidar de você, oras. Com dor de dente, você vai ao dentista. Com sinusite, ao otorrino. A terapia ajuda a cuidar da angústia, ansiedade, insegurança.” Ela decidiu ir à consulta.No outro dia, no gabinete, o estagiário perguntou para uma assessora: “Por que você faz terapia?” Brincando, ela respondeu: “Porque eu sou louca”. Dali a dez minutos, ele perguntou, sério: “Você é louca mesmo?” A moça riu, ele ficou confuso. Contribuí com a discussão: “Ah, eu faço terapia. Eu também sou louca”. Rimos os três.As pessoas entendem “loucura” como algo divertido. Dizem que fulano “é louco” porque é esquentado, coleciona tampas de garrafa, não perde jogo de futebol nem no dia do seu casamento ou porque é muito engraçado. E o que entendem por terapia? Um tratamento para “loucos”. Já que “loucura” pode ser algo trivial, terapia vira sinônimo de luxo ou frescura. Ou é algo que se aplica aos loucos “de verdade” – nesse caso, terapia é para os casos graves, “não para minhas tristezas e aflições”.Eu passei por vários momentos de desespero na vida, mas, só no ano passado, senti que precisava de uma mão para desatar meus nós. Fiquei abismada de ver como alguém pode revelar tanto a meu respeito a partir de informações que eu mesma forneci – isto é, coisas que, em tese, eu já sabia!Não deveria ser tão espantoso. Muita coisa a nosso respeito só nos é revelada quando vemos nossa própria imagem no espelho. E a terapia ajuda a enxergar o que era impossível descortinar sozinha: os motivos mais profundos para a irritação e a tristeza, os padrões estabelecidos, as nossas reações “viciadas”.Nunca tive problemas para falar de minhas fraquezas. Sempre achei importante, por exemplo, falar de depressão. Quando tive a primeira, saber de pessoas que tinham superado uma me ajudou muito.Mesmo assim, fiquei encabulada em assumir que estava fazendo terapia. Minha agenda é acessada por várias pessoas e não tive coragem de escrever o que faria toda quinta de manhã. Anotei apenas “consulta médica”. Que boboca...Agora perdi a vergonha. Terapia não é “luxo” nem eu sou louca “de verdade”. Tenho minhas loucuras como quase todo mundo. Mas não preciso sucumbir aos desgostos da vida mais do que eles merecem. É certo ficar triste com algumas coisas. Não é certo não ser feliz nunca. Para dor de dente, dentista. Para dor da mente, terapia.
Postado por Coluna Diversidade - Nova Gazeta

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Neurônios no Divã.

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