BARRA NO MEIO

"Loucura é fazer as mesmas coisas todos os dias e esperar que seja diferente!"

Terapia -Porque fazer?

Terapia -Porque fazer?

Psicoterapia: Animação mostra a relação Psicologo e Paciente

Você sabe dizer não?




               



                           É legal não ser legal o tempo inteiro.
    Aprenda a saber dizer não!
    O medo de dizer não está diretamente relacionado ao medo de ser chamado de egoista e de ser rejeitado.

    Eu fui umas dessas pessoas boazinhas que engolia prego mas não tinha coragem de dar um não . Na época quando isso acontecia, se me perguntassem o porquê ,com certeza eu não saberia responder. Eu me via como  uma pessoa generosa... hem,hem...como era mentirosa.Na verdade, eu mentia não só para os outros, mas principalmente para mim mesma. Todo mundo tem medo de dizer não, mas algumas pessoas têm mais medo que  outras.
    Eu lembro bem que tinha uma gagueira na fala quando o não descia pela goela.Hoje, não há a menor condição de  ficar contra mim. Quando me sinto pressionada pela expectativa do outro que vai de encontro a mim , eu sinto  um mal estar  e uma inquietação interna tão grande, que fica impossível não admitir a minha verdade - é  tão visceral  que fica transparente na minha expressão facial .


    Por que é tão difícil dizer não? Por se ter uma baixa auto-estima , sentimentos de culpa e principalmente muita necessidade de aprovação e aceitação. Um dos maiores ganhos quando se conquista a auto-aceitação, é exatamente a minimização dessas necessidades - e  com o tempo, a medida que a  auto-estima e o amor próprio vai se fortalecendo,  a pessoa se torna mais autêntica e finalmente se liberta do medo de dizer não, ou de estar coerente com a sua verdade.

    Rejane P.Ramos



    * "Aposto que você treme só de ouvir alguém dizer que você é egoísta, não é? Afinal de contas, ser egoista é só pensar em sí, não dar a minima para o sofrimento dos outros, é não participar e só ter olhos para os proprio umbigo, certo?   ERRADO!!! 









    Talvez o que esteja faltando em sua vida seja exatamente uma boa dose de egoísmo! Quem sabe assim, passe a pensar mais em sí e menos nos outros, deixando de fazer este papel de heroina, martir que se sacrifica pelo bem estar dos outros? 


    Resumindo: Faça tudo que puder por você, e o que sobrar você distruibiu para os que estiverem a sua volta! Parece feio, não é? Mas é assim que a vida funciona: só devemos dar aquilo que não precisamos mais, se dermos o que nos faz falta, estaremos nos prejudicando em nome de uma falsa moral cristã! "

                

                                 O texto abaixo é um exemplo.

              

    **   "  Fuinha era um moço bonzinho – os nomes dos boas-praças quase sempre passam para o diminutivo. Ele poderia ser descrito como um amor de pessoa. Dava carona para quem precisasse, agüentava as brincadeiras dos jornalistas veteranos, aceitava fazer as piores matérias sem reclamar e envergonhava-se calado diante da gozação geral em cima do seu apelido. Um dia, Fuinha foi tomado por um acesso de raiva em plena redação. Roxo como uma beterraba, meteu o pé na mesa do redator-chefe e começou a gritar com todo mundo: “Não quero que me chamem mais de Fuinha! Eu tenho nome e sobrenome. Não sou uma coisa que pode ser chutada de lá para cá. Chega, cheeeega!” Enquanto esbravejava, arremessava no chão revistas e jornais que estavam em cima das mesas. Um espetáculo. Todo mundo o olhava de boca aberta como um maluco em potencial. Menos eu. Já tinha tido reação semelhante em um hospital público depois de ir quatro vezes lá para marcar um exame. Era a fúria diante do desrespeito contínuo. E também pela própria incapacidade de recusar uma situação espinhosa desde o princípio e de ter dito não no momento justo e preciso.
    É bem provável que você já tenha visto o Fuinha na televisão. Mas hoje ele só atende por seu extenso nome completo e é um dos melhores repórteres da TV – poucas pessoas sabem que ele já teve um apelido tão bobo. O que essa história mostra é que todo bonzinho tem seu dia de basta. Seu dia de não, não quero, não, não gosto, não, não suporto mais ser “legal”. Mas o ideal é que a situação não chegue a esse ponto crítico e que, pouco a pouco, o ato de se negar tome seu lugar necessário na vida. Só resta saber como.
    O medo da rejeição é crucial na vida e está sempre a nos rondar, como um fantasma.
       


                           É legal não ser legal o tempo inteiro.


    Mas por que será que temos tanto medo do conflito que pode ser causado pelo não?


    A psicóloga paulista Corinna Shabbel fez mestrado e doutorado para responder a essa pergunta.
    E a primeira declaração de Corinna é preciosa: quase todas as pessoas que estão prestes a dizer não fantasiam uma série de reações negativas por parte do outro. Isto é, a pessoa teme que ele fique bravo, agressivo ou, então, magoado, triste e ofendido. Esse olhar negativo sobre as conseqüências do não tira a força e o peso da recusa. Pois o medo da rejeição é crucial e está sempre a nos rondar, como um fantasma. Claro, imaginamos perder o outro por causa de uma negação. Isso acontece porque não conseguimos fazer as pazes com o não, fortalecê-lo, saber que ele é necessário na vida e que sem ele não se pode viver. Para nós, ele não é natural – por isso o medo superdimensionado do efeito que ele pode causar no outro.

    Ser legal  não é legal!

     
    Para os psicoterapeutas americanos Jo Ellen Gryzb e Robin Chandler, autores do livro The Nice Factor – The Art of Saying No (numa tradução livre, “O fator gentileza – A Arte de Dizer Não”, sem edição brasileira), a dificuldade para negar surge porque, no fundo, achamos errado não ser legal.
     
    Os dois decidiram escrever o livro quando se encontraram numa segunda-feira de manhã e descobrivida ram que Jo Ellen havia passado uma noite em claro por não saber como expulsar hóspedes indesejáveis de casa e Robin, exausto por bancar o cicerone de parentes que visitavam a família. Antes de expressar o que pensavam, eram tidos como gente muito, muito legal.  "


    *** "A culpa é uma das mais destrutivas emoções. Há sentimento de culpa tanto pelo que se fez como por algo que se deixou de fazer. A sensação é desagradável e, talvez por isso, quando nos pedem algo que não queremos fazer, hesitamos em recusar com medo de depois nos sentirmos culpados. "


    Quem se conhece , sabe o que quer , se assume, tem vida própria e não se deixa explorar, é visto ou interpretado pelos "bonzinhos e generosos", como egoistas individualistas.




                                                 Individualismo  não  é  egoismo

    Por:  Flávio Gikovate


    Nossos ouvidos recebem de forma negativa a palavra individualismo porque a confundimos com egoísmo, um vício que condenamos mesmo quando vive dentro de nós. Porém não é bom aceitar como verdade absoluta tudo o que aprendemos na infância. Convém refletir a respeito daquilo que pensamos saber.

    O individualismo está relacionado à individualidade, ou seja, à capacidade de se reconhecer como unidade, ainda que integrada a um contexto maior – a família, o país, o planeta. Somos indivíduos com peculiaridades próprias, uma parte única em um universo composto de pessoas diferentes que partilham interesses comuns.

    O individualismo considera legítimo cuidar dos próprios interesses – o que não significa, em hipótese alguma, prejudicar os direitos daqueles que nos cercam. O individualista tem uma noção clara dos seus limites. Sem essa consciência da fronteira que separa os direitos alheios dos seus, ele não conseguiria se distinguir do todo e perderia seu individualismo.

    Nossa sociedade valoriza intensas trocas de sentimentos e idolatra as pessoas que se doam sem medida e incondicionalmente. Então, o individualista, que não se entusiasma em trocar, é visto com reservas. Trata-se de alguém que não espera muito dos outros e prefere dar pouco de si. Esse comportamento não é egoísmo, embora as pessoas cujas expectativas ele deixa de atender o vejam dessa forma.

    Egoístas são os que defendem profundas trocas de experiências entre as pessoas para tirar vantagem, já que exigem muito e dão pouco. Como não sobrevivem sem isso, acusam de egoísmo quem não aceita as regras desse jogo de dar muito e receber pouco. O alvo em geral são os individualistas, que não se prestam a esse tipo de manobra. Aos egoístas não resta outra saída a não ser se aproveitar dos generosos – aqueles que não se importam em receber muito menos do que seu empenho em doar mereceria.

    O egoísta diz “eu me amo” e gosta de apregoar que consegue suprir as próprias necessidades e ficar bem consigo mesmo. O objetivo desse discurso é esconder a vergonha que sente de sua total dependência – de atenções, de proteção, de companhia. Se fosse independente de fato, não precisaria tirar vantagem dos relacionamentos. Na verdade, gostaria de ser individualista, de ter força suficiente para bastar a si mesmo, de agüentar com dignidade as dores inerentes à vida, de poder escolher entre trocar ou não experiências. O individualista possui essa força, enquanto o egoísta o imita exibindo uma energia que não possui.

    Por isso, o egoísta se apropria daquilo que não lhe pertence: precisa guardar uma cota extra para suprir sua incompetência em lidar com a vida. Faz isso não porque seja mau-caráter, mas porque é um fraco. Conhece suas limitações emocionais e padece de inveja dos que são verdadeiramente independentes. Tenta incorporar suas atitudes e até convence muita gente de sua independência. Mas não engana a si mesmo.











    Temas no arquivo.

    Terapia não é luxo .
    Por Soninha Francine
    Foram duas conversas parecidas na mesma semana. A primeira, com uma moça no prédio onde moro. Sente dor nas costas há meses, em parte por estar muito acima do peso. Admitiu que come demais por ansiedade. Os médicos receitaram analgésicos e antiinflamatórios, fisioterapia, acupuntura. E terapia. “Ah, na terapia eu não vou! Fazer o que lá?” “Cuidar de você, oras. Com dor de dente, você vai ao dentista. Com sinusite, ao otorrino. A terapia ajuda a cuidar da angústia, ansiedade, insegurança.” Ela decidiu ir à consulta.No outro dia, no gabinete, o estagiário perguntou para uma assessora: “Por que você faz terapia?” Brincando, ela respondeu: “Porque eu sou louca”. Dali a dez minutos, ele perguntou, sério: “Você é louca mesmo?” A moça riu, ele ficou confuso. Contribuí com a discussão: “Ah, eu faço terapia. Eu também sou louca”. Rimos os três.As pessoas entendem “loucura” como algo divertido. Dizem que fulano “é louco” porque é esquentado, coleciona tampas de garrafa, não perde jogo de futebol nem no dia do seu casamento ou porque é muito engraçado. E o que entendem por terapia? Um tratamento para “loucos”. Já que “loucura” pode ser algo trivial, terapia vira sinônimo de luxo ou frescura. Ou é algo que se aplica aos loucos “de verdade” – nesse caso, terapia é para os casos graves, “não para minhas tristezas e aflições”.Eu passei por vários momentos de desespero na vida, mas, só no ano passado, senti que precisava de uma mão para desatar meus nós. Fiquei abismada de ver como alguém pode revelar tanto a meu respeito a partir de informações que eu mesma forneci – isto é, coisas que, em tese, eu já sabia!Não deveria ser tão espantoso. Muita coisa a nosso respeito só nos é revelada quando vemos nossa própria imagem no espelho. E a terapia ajuda a enxergar o que era impossível descortinar sozinha: os motivos mais profundos para a irritação e a tristeza, os padrões estabelecidos, as nossas reações “viciadas”.Nunca tive problemas para falar de minhas fraquezas. Sempre achei importante, por exemplo, falar de depressão. Quando tive a primeira, saber de pessoas que tinham superado uma me ajudou muito.Mesmo assim, fiquei encabulada em assumir que estava fazendo terapia. Minha agenda é acessada por várias pessoas e não tive coragem de escrever o que faria toda quinta de manhã. Anotei apenas “consulta médica”. Que boboca...Agora perdi a vergonha. Terapia não é “luxo” nem eu sou louca “de verdade”. Tenho minhas loucuras como quase todo mundo. Mas não preciso sucumbir aos desgostos da vida mais do que eles merecem. É certo ficar triste com algumas coisas. Não é certo não ser feliz nunca. Para dor de dente, dentista. Para dor da mente, terapia.
    Postado por Coluna Diversidade - Nova Gazeta

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